Economia

Intenção de consumo das famílias cresce 0,6% em agosto

Com a alta, o indicador divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alcançou 85,6 pontos

Na comparação mensal, o crescimento de 0,6% reflete expansão em quatro dos componentes da pesquisa (foto/reprodução)

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) fechou o mês de agosto com leve crescimento de 0,6%, depois de dois meses consecutivos de resultados negativos: -1,8% em junho e -0,5% julho. Com a alta, o indicador divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alcançou 85,6 pontos.

Na comparação mensal, o crescimento de 0,6% reflete expansão em quatro dos componentes da pesquisa, com destaque para o nível de consumo atual, que cresceu 3,4% de julho para agosto; e para a perspectiva de consumo (+1,8%).

"O movimento sugere que o susto das famílias com a greve dos caminhoneiros vai ficando para trás, na medida em que os choques de preços observados logo após a paralisação não se replicaram nas semanas seguintes”, disse Antonio Everton, economista da CNC .

Outra consequência associada à redução do processo inflacionário é a alta mensal de 0,3% do subíndice renda atual, segundo a entidade. O nível registrado em agosto deste ano, de 99,3 pontos, é 9,2% maior do que no mesmo período do ano passado. No entanto, a entidade ressalta que mais da metade das famílias (51,5%) declarou estar consumindo menos atualmente do que há um ano, quando o indicador de consumo das famílias era de 59,3%.

Mercado de trabalho

Análise da CNC destaca a preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho, uma vez que apesar de os componentes se manterem na zona positiva, acima de 100 pontos, indicam percepções negativas de 0,4% quanto ao emprego e de -0,8% quanto às perspectivas profissionais.

“Isso indica maior receio das famílias diante da incapacidade de a economia voltar a crescer e de gerar postos de trabalho de forma mais consistente”, disse o economista da CNC.

Com o fraco crescimento da economia e as dificuldades de reação do mercado de trabalho, a entidade reduziu novamente a projeção das vendas do comércio varejista, que caiu de 4,8% para 4,5% em 2018.

A entidade também reduziu as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto - PIB [a soma de todos os bens e serviços produzidos no país], que passaram de 1,8% para 1,6%, entre julho e agosto. A perspectiva da entidade é que serão gerados cerca de 500 mil postos de trabalho no setor este ano.

*Com informações da Agência Brasil