Economia

Trégua de alimentos pode melhorar previsão do consumidor sobre inflação, diz FGV

Redação Folha Vitória

Rio - As elevações dos preços dos alimentos nos últimos meses explicam a interrupção na melhora da avaliação dos consumidores sobre a inflação futura. No entanto, com o resultado mais favorável dos produtos alimentícios captado pela prévia da inflação oficial no País em setembro, é possível que o otimismo retorne em outubro, na avaliação da economista Viviane Seda, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostrou uma ligeira queda de 0,01% nos gastos das famílias com Alimentação e Bebidas em setembro. O resultado do IPCA-15 acumulado em 12 meses foi de 8,78%.

Já a mediana da inflação esperada pelos consumidores para os 12 meses seguintes ficou em 9,8% em setembro, mesmo resultado informado em agosto, de acordo com o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores da FGV. "A próxima leitura será melhor, após esse arrefecimento nos preços dos alimentos registrado em outubro", previu Viviane.

No geral, há expectativa de desaceleração da inflação tanto pelos consumidores com menor renda quanto entre os de maior poder aquisitivo. Para os consumidores com renda familiar acima de R$ 9.600, a inflação prevista vem se reduzindo há sete meses consecutivos. Entre os consumidores de menor poder aquisitivo, essa perspectiva vem se mantendo nos últimos três meses.

"Ainda assim o padrão é muito fora do limite superior do teto da meta do governo (6,5% no ano), muito alto ainda. Mesmo entre as famílias de renda mais alta, que sentem menos o impacto da variação de preços dos alimentos, a inflação esperada de 9% é um patamar muito alto", lembrou Viviane.

O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.