Temer pede a aliados que rebatam discursos negativos e repitam dados da economia
Brasília - O presidente Michel Temer aproveitou um café da manhã com ministros e líderes da base do governo na Câmara dos Deputados para pedir aos aliados que rebatam discursos contra o governo e repitam dados sobre a melhoria da economia desde o ano passado. Em reunião realizada nesta quarta-feira, 13, no Palácio da Alvorada, ele também pediu apoio para a aprovação de reformas e chegou a dizer que a votação dessas medidas não irá atrapalhar as pretensões eleitorais desses apoiadores em 2018.
Para Temer, é preciso que os membros do governo e da base repitam os resultados da economia, como se faz a um aluno na escola. "Se você faz um único discurso, fala uma única vez, no outro dia as pessoas já não sabem mais isso. Por isso, peço que parem, comparem com o que vinha acontecendo, e com as previsões do que há por vir", disse o presidente, para uma plateia com 19 ministros e 17 deputados, segundo áudio divulgado pelo Palácio do Planalto.
Ele pediu às lideranças políticas que incentivem deputados e senadores a fazerem um "discurso de rebate" para contestar críticas ao governo. "Não podemos nos aquietar e ficar em silêncio quando ouvirmos coisas negativas. Enquanto as pessoas vão protestando, a caravana vai passando. O nosso objetivo é governar e esse é o legado que queremos deixar. Se nos envolvermos com outras questões, vamos nos embaralhar", completou.
O presidente disse ainda que o objetivo da sua gestão é fazer um governo produtivo que tenha resultados que possam ser mostrados pelos aliados nas eleições do próximo ano. Ele inclusive falou que, nas últimas eleições, "candidatos que falavam mal do governo e das reformas" foram derrotados por candidatos que "prestigiaram as medidas do governo".
"Aqueles que falaram a favor de um governo reformista ganharam a eleição. A corrente popular não é em nosso desfavor e, se não é em nosso favor, ela compreende o que está acontecendo", acrescentou o presidente.
Temer reforçou a necessidade de que o Congresso vote as reformas tributária e da Previdência. "As pessoas já começam a perceber que é fundamental fazer a reforma previdenciária agora. Precisamos deixar essa marca do governo", afirmou.
Economia
Em discurso na abertura do café da manhã, Temer fez uma longa exposição do panorama atual da economia brasileira, em comparação com a conjuntura nos meses derradeiros do governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Ele comparou dados do período acumulado de janeiro a maio de 2016 com dados de janeiro a agosto de 2017, no que ele chamou de "pare e compare". Temer citou a queda da Selic, a recuperação da produção industrial e da produção de veículos, o aumento das exportações e do saldo comercial, a elevação do aporte de Investimentos Diretos no País (IDP) e a retomada da criação de postos formais de emprego.
"Falo de um governo que tem apenas 16 meses, sendo que, nos primeiros quatro meses, éramos interinos. Não são oito ou quatro anos, por isso são grandes feitos", declarou Temer.
O presidente destacou também o crescimento do PIB, a queda do risco país, o lucro das estatais e a queda na inflação de cerca de 10% para menos de 3%. "O significado é que a vida não encarece, os produtos não sobem de preço. O (ministro da Fazenda, Henrique) Meirelles até reclama que, quando não aumenta o preço, a arrecadação cai, mas isso é importante para o sujeito que vai ao supermercado", afirmou.
Temer ainda comemorou o fato da Bolsa de Valores ter atingido a marca de 75 mil pontos. "Isso mostra a crença e a confiança dos investidores na estabilidade do Brasil, sabendo que todos estamos preocupados em governar o País", concluiu.