Taxa de desemprego cai a 4,8% no Reino Unido, na mínima em 11 anos
Londres - A taxa de desemprego do Reino Unido recuou a 4,8% no trimestre até setembro, de 4,9% nos três meses até agosto, informou nesta quarta-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do país. O resultado é o mais baixo em 11 anos e veio melhor que a expectativa dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que previam estabilidade.
O dado sugere que o mercado de trabalho do Reino Unido se sai bem, após a votação em junho para o país deixar a União Europeia. A taxa de emprego manteve-se em patamar recorde, em 74,5%, segundo a ONS. Apoiada pela queda no desemprego, os salários subiram 2,4% na comparação anual, em linha com a expectativa dos analistas.
Apesar das leituras otimistas, os dados também oferecem alguns sinais de que o mercado de trabalho pode estar começando a desacelerar, segundo os estatísticos do governo. Os pedidos de auxílio-desemprego subiram 9.800 no trimestre até outubro e o número do trimestre até setembro foi revisado em alta, de 700 antes estimados para 5.600.
Investidores prestam atenção em como o mercado de trabalho do Reino Unido se comporta após a votação pela saída da UE. Combinado com uma antecipada alta na inflação, o avanço do desemprego teria impacto negativo nos gastos dos consumidores, motor importante para a economia nacional, o que prejudicaria as perspectivas de crescimento. Houve até agora sinais limitados disso, com as vendas no varejo crescendo em ritmo forte logo após o plebiscito, embora isso tenha sido em parte impulsionado por turistas de outros países que aproveitaram os preços melhores em lojas britânicas após a desvalorização da libra.
O ONS disse também que há poucos sinais de que o plebiscito de junho tenha levado a um êxodo de trabalhadores de outros países da UE. "O resultado do plebiscito e a consequente desvalorização da libra têm tido até agora pouco impacto no número de trabalhadores da UE no mercado de trabalho do Reino Unido", disse David Freeman, estatístico do ONS. Fonte: Dow Jones Newswires.