Economia

Transações correntes continuaram em trajetória de ajuste em outubro, diz BC

Redação Folha Vitória

Brasília - O Chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta quinta-feira, 23, durante apresentação dos dados do setor externo, que as transações correntes continuaram em trajetória de ajuste em outubro, de redução do déficit.

De acordo com o BC, houve déficit de US$ 343 milhões no mês passado, sendo que o resultado, apesar de negativo, representou o melhor outubro desde 2007, quando o saldo foi negativo em US$ 216,5 milhões. "O ano de 2007 foi o último em que o País teve superávit em transações correntes", lembrou Rocha. "O valor acumulado para o ano déficit de US$ 3,033 bilhões também é o melhor desde 2007."

Rocha lembrou que em 2014 e 2015 o saldo negativo em conta chegou a rodar acima de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2017, segundo ele, o ajuste continuou, com o déficit em 12 meses atingindo em outubro o porcentual de 0,48%.

Novembro

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central afirmou que a estimativa da instituição para novembro é de déficit em conta corrente de US$ 1,5 bilhão. "O resultado de novembro, se confirmado, será ligeiramente maior que o visto em novembro de 2016, aumentando um pouco o resultado em 12 meses", pontuou. "Mas isso não altera a percepção de déficit em conta corrente baixo ao longo do ano e de ajuste, que se mantém."

Rocha avaliou ainda que o Investimento Direto no País (IDP) "permanece robusto, constante e bem disseminado pelas atividades". Em outubro, o IDP somou US$ 8,240 bilhões e, no acumulado de 2017, ele já atinge US$ 60,013 bilhões. "O IDP de outubro está próximo do registrado em outubro de 2016, apenas um pouco abaixo", citou Rocha. "O investimento direto demonstra condições favoráveis para o financiamento do déficit corrente", acrescentou.

Questionado a respeito do fato de o IDP estar se mantendo em patamares semelhantes nos últimos meses, apesar de a economia brasileira dar mostras de recuperação, Rocha lembrou que o investimento estrangeiro manteve "ingressos robustos mesmo no período de contração dos últimos dois anos".

"Precisamos ver o quanto de investimento foi antecipado neste período. O que o BC espera é que o IDP seja maior em 2018", afirmou. As projeções atuais do BC são de IDP de US$ 75,00 bilhões em 2017 e de US$ 80,00 bilhões em 2018.

Rocha disse ainda que, no caso dos leilões de concessões, os investimentos somente entram nas estatísticas do BC quando são, efetivamente, liquidados. Ou seja, quando a empresa tiver transferido recursos para as filiais no Brasil.

"Nas estatísticas de IDP, não há expectativas, há apenas operações liquidadas", disse. "Mas as informações de intenção de investimento são importantes, para projetar cenários futuros.