Capixaba Léo de Paula lança álbum de percussão inspirado na origem do universo

Foto: Tadeu Bianconi
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“Caminhos e Órbitas” vem aí!

Esse é o segundo álbum do músico percussionista Léo de Paula, e será disponibilizado nas plataformas digitais no dia 17 de maio com apresentação ao público em recital-palestra às 18 horas, no Museu Capixaba do Negro Verônica Da Pas (Mucane), em Vitória. O evento é aberto ao público.

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Gravado no Laboratório de Áudio Musical da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o álbum foi viabilizado por meio do Edital de Apoio à Produção Musical do Espírito Santo, dentro do projeto de extensão “Estúdio de Música Ufes”.

Professor de percussão do Projeto Vale Música Espírito Santo, integrante do naipe de percussão da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) e instrutor de percussão do Mucane, Léo de Paula é reconhecido pela versatilidade, pela desenvoltura na execução de ritmos afro-brasileiros e pela inventividade na composição de obras contemporâneas de concerto para percussão.

O ÁLBUM

Foto: Mariana Garcia

Neste trabalho, o artista apresenta oito faixas inéditas, sendo cinco autorais, duas obras em parceria com Ekaterina Bessmertnova e o duo “Órbitas #4”, composto em homenagem pelo percussionista, compositor e professor da Universidade Federal de Uberlândia, Cesar Traldi.

O resultado se aproxima do afrofuturismo, movimento cultural, estético e político que utiliza elementos da ficção científica e da fantasia para criar narrativas de protagonismo negro. Em “Caminhos e Órbitas”, a estética se traduz na forma de melodias etéreas, sonoridades suaves e timbres que convidam o ouvinte à reflexão e contemplação.

“Este álbum propõe uma experiência para além da diversão, do lazer, e do prazer momentâneo ao ouvinte. Naturalmente irá na contramão do midiático, da busca por ‘visualizações’ e do entretenimento por si só, buscando, em certa medida, dialogar com estados alterados de consciência”, conta Léo.

Léo de Paula gravou o álbum sozinho, usando um arsenal percussivo que inclui instrumentos como kalimba, pandeiro, handpan, rav-vast, zabumba, triângulo, ganzá, bongô, talking drum, caxambores, saculejê, tar e steel tongue pans.

Os handpans e tambores de línguas de aço (steel tongue pans) representam os “discos voadores” que conduzem a viagem proposta por ele ao público.

“São os instrumentos presentes na maior parte do repertório. Isso sem deixar de lado o vigor rítmico e a ginga, proporcionados por mais uma série de instrumentos de percussão que utilizo ao longo das faixas”.

O percussionista conta que boa parte do álbum consiste em adaptações de peças-solo compostas por ele para espetáculos de dança e para trilhas sonoras de videoperformances.

As demais são peças contemporâneas em formato solo, duo ou em grupo, naturalmente gravadas em overdubs (nome dado à técnica utilizada na gravação de áudio, na qual o músico pode sobrepor gravações a uma passagem pré-gravada).

PATERNIDADE

A exemplo do álbum anterior do artista, “Grão: Território Percussivo”, lançado em 2021, “Caminhos e Órbitas” traz referências que passam pela ancestralidade afro-brasileira, pela relação com a natureza, e também por experiências decorrentes da paternidade.

Sobre este último aspecto, Léo lembra que o single “Chalun”, composto em parceria com a cantora Ekaterina Bessmertnova, foi inspirado no filho do casal, Andrey. A gravação chega aos serviços de streeming no dia 10 de maio, preparando o terreno para o lançamento de “Caminhos e Órbitas”.

Quem quiser conferir o percussionista em ação poderá acompanhar o recital-palestra, no Mucane, onde Léo de Paula apresentará as composições gravadas no álbum juntamente com uma demonstração dos instrumentos utilizados na produção.

Tudo isso, como convém a um professor, de forma didática.

“Meu objetivo neste trabalho foi o de contar com a simplicidade enquanto matéria-prima artística, buscando transcender e transformar a experiência cotidiana. Convido o público a conhecer a nossa proposta e a orbitar em torno da individualidade artística e da subjetividade do intérprete e dos compositores do álbum”.

ÁLBUM “CAMINHOS E ÓRBITAS”, DE LÉO DE PAULA

Foto: Fábio Prieto

Número de faixas: 8
Lançamento: 17 de maio
Onde ouvir: Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music e Tidal
Distribuição: Gravadora Galeão

RECITAL-PALESTRA DE LÉO DE PAULA

Data: 17 de maio, sexta-feira
Hora: 18 horas
Local: Mucane, em Vitória
Telefone: (27) 3222-4560

LANÇAMENTO DO SINGLE “CHALUN”

Data: 10 de maio
Onde ouvir: Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music e Tidal

FICHA TÉCNICA

Gravação – Laboratório de Áudio Musical da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Período – Nos dias 12 e 26 de setembro, e 10 de outubro de 2023
Concepção, direção e execução de todos os instrumentos – Léo de Paula 
Gravação, mixagem e masterização – Daniel Tápia
Gravação e edição – Marco Cavalca
Assistentes – André Akira, Ana Luisa Golino, Cláudia Zanetti, Cristina Bravin, Jana Coradine, Kenzo Tavares, Keven Henrique, Victoria Tavares
O álbum “Caminhos e Órbitas”, de Léo de Paula, foi viabilizado por meio do Edital de Apoio à Produção Musical do Espírito Santo, dentro do projeto de extensão “Estúdio de Música Ufes” 

FAIXA A FAIXA

Faixa 1 – Chalun (Ekaterina Bessmertnova e Léo de Paula)
Instrumento solo: Handpan

Na medida em que Andrey, filho dos compositores, foi ficando mais ativo, curioso e enérgico, Ekaterina começou a vocalizar uma melodia no embalo das dancinhas e travessuras que se tornavam constantes em nosso cotidiano.

Tempos depois, o vocalize ganhou uma segunda parte. Anos depois, foi elaborado este arranjo para handpan solo, ancorado na musicalidade do congo de ouro, ritmo tipicamente afro-brasileiro que influenciou fortemente o funk. Chalun, em russo, informalmente significa algo como “bagunceiro”, “traquina” ou “travesso”.

Faixa 2 – Terra sem Males (Léo de Paula)

Instrumento solo: steel tongue pan (tambor de língua de aço) ou steel tongue drum.

Em 2021, Léo compôs a trilha sonora do espetáculo “Terra sem Males”, encenado e performado pela companhia Ehioze, com direção de Elídio Netto.

O material musical de duas das cenas deste espetáculo foi revisitado e adaptado, gerando a peça solo que é a segunda faixa do álbum. Expressa uma certa esperança de dias melhores que hão de vir.

Faixa 3 – Forréggae e Mar (Léo de Paula)

Instrumentos: kalimba, handpan, rav-vast, zabumba, triângulo, ganzá, bongô, talking drum, caxambores, saculejê e tar.

Esta composição é voltada para grupo de percussão. Tem duas partes bem definidas, sendo a primeira um reggae ao handpan, acompanhado com instrumentos característicos e levada de xote, constituindo-se, assim, em um verdadeiro “forreggae”.

A segunda parte tem um tema protagonizado pela kalimba e pelo rav-vast (que também é um tambor de língua de aço), que representa os encantos e a imensidão do mar.

Os demais instrumentos evocam sonoridades de diferentes regiões e etnias africanas. É a sonoridade do além-mar que nos legou grande parte da identidade que temos na música brasileira.

Faixa 4 – A Flor da Pele – 1 Origem (Ekaterina Bessmertnova e Léo de Paula) Instrumento solo: kalimba.

No ano de 2022, Léo de Paula e Ekaterina Bessmertnova compuseram em parceria a trilha sonora original do videoperformance “A Flor da Pele”, que foi dirigido por Marcelo Braga e encenado por Matheus Schirfirmann.

Algumas cenas deste espetáculo geraram quatro peças solo que readquiriram personalidade e autonomia nesta suíte, cujos movimentos podem ser tratados como obras autônomas. “Origem” é um solo de kalimba de autoria de Ekaterina que foi expandido e ganhou variações elaboradas por Léo para ser gravado neste álbum.

Faixa 5 – A Flor da Pele – 2 Festivo (Léo de Paula)

Instrumento solo: steel tongue pan (ou tambor de língua de aço).

“Festivo” é um samba, de certa forma, introspectivo, permeado pela improvisação e pela rítmica tradicional de um dos principais gêneros para a formação do compositor e para a essência musical brasileira.

Faixa 6 – A Flor da Pele – 3 Interno (Léo de Paula)

Instrumento solo: steel tongue pan (ou tambor de língua de aço).

“Interno” é um solo com sonoridade tensa e angustiante, e certa característica virtuosística, o que gera um contraste interessante no álbum “Caminhos e Órbitas”.

Faixa 7 – A Flor da Pele – 4 Externo (Léo de Paula)

Instrumento solo: Handpan

“Externo” é um solo de handpan de estética musical minimalista. A musicalidade afro-brasileira marca presença nesta composição através do “agueré”, ritmo de grande personalidade e influência na música popular brasileira.

Faixa 8 – Órbitas #4 (Cesar Traldi)

Percussão 1: pandeiro
Percussão 2: bongô, tom-tom, prato splash e cowbell.

Esta obra é uma exceção no álbum. Consiste em uma série de composições cujo título e conceito criativo remete ao movimento dos planetas em volta de um corpo celeste. A série de obras “orbita” em torno do pandeiro brasileiro.

São dois duos, um quarteto e um quinteto que eventualmente contam com outros instrumentos de percussão combinados com pandeiros. A quarta peça desta série foi dedicada a Léo.

Trata-se de um duo para pandeiro e um kit de instrumentos de percussão, o que chamamos de percussão múltipla. Além da liberdade que o compositor Cesar Traldi concede para um improviso livre, no início da obra, há temas que passam do pandeiro para a percussão múltipla, e vice-versa, girando entre si, estabelecendo um rico diálogo de timbres.

É importante frisar que o pandeiro é um “astro” relevante no “espaço” da carreira de Léo de Paula, seja em propostas artísticas conceituais e experimentais seja nos estilos mais tradicionais e populares da música brasileira.

SAIBA MAIS SOBRE LÉO DE PAULA

Reconhecido no cenário musical do Espírito Santo pela atuação como percussionista, professor, produtor e compositor de trilhas sonoras para espetáculos de teatro e dança, Léo de Paula é professor de percussão do Projeto Vale Música Espírito Santo, instrutor de oficinas do Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane) e integrante do naipe de percussão da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (OSES).

Graduou-se bacharel em Música, com habilitação em Percussão, pela Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES) em 2013. Recebeu prêmios como títulos de “Honra ao Mérito” e “Voto de Louvor”, concedidos pela Câmara Municipal de Vitória (ES), em ocasiões diversas, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à população.

Se apresentou em países como Holanda, Sérvia, Inglaterra e Estados Unidos (Carnegie Hall, Nova York); e em salas como o Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a Sala São Paulo, entre outras.

De 2017 a 2022 realizou turnês na Rússia, apresentou-se e ministrou masterclasses em Moscou, São Petersburgo, Kazan e Ufá, com reconhecimento em canais de TVs locais.

De 2015 a 2019, como solista, apresentou-se em recitais-solo, recitais-palestra e ministrou oficinas nas unidades do SESC do Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins. Integrou a Camerata Brasil/Vale Música, que realizou turnês nacionais e gravou dois CDs, entre 2009 e 2013, com o pianista Marcelo Bratke.

Em paralelo à atividade artística, atua como comentarista e julgador do quesito bateria nos desfiles das escolas de samba do Carnaval Capixaba e do Carnaval de São Paulo.

Em 2021, lançou o álbum “Grão: Território Percussivo”, disponível em CD e nas plataformas digitais, por meio do site www.leodepaula.com.br. Desde 2022 é parceiro das marcas russas “Chill Radar Handpan” e “Orion Steel Tongue Pan”.

Em 2024, representou a ancestralidade da percussão bantu no Fórum Permanente de Estudos Afro-brasileiros, em Bogotá, capital da Colômbia, apresentando-se com a cantora Ekaterina Bessmertnova na Fundación Cultural Cayena.

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