Tizuka Yamasaki retrata a 'irreverente' Tomie
São Paulo - Depois da estreia de Gaijin - Caminhos da Liberdade (1980), a cineasta Tizuka Yamasaki saiu para jantar com uma turma em um sushi bar na Rua dos Estudantes, em São Paulo. Na ocasião, conta, conheceu Tomie Ohtake. "Ela estava tão entusiasmada com o filme e eu me sentindo honrada, era meu primeiro longa", relembra, carinhosamente, Tizuka. Os filhos da artista, os arquitetos Ruy e Ricardo, também já foram seus professores, quando, na década de 1960, a cineasta quis estudar arquitetura. Mas foi apenas recentemente, durante a realização do documentário Tomie, que a diretora teve a oportunidade de realmente se aproximar do universo da pintora e escultora.
"Não me interessava falar sobre a obra da Tomie, porque já é muito documentada. Queria aproveitar uma relação pessoal com ela, que é muito simpática", explica Tizuka Yamasaki. Fora de seu "métier", a ficção, a cineasta lançou-se, em 2008, ao desafio de retratar a Tomie "irreverente", que poucos, os mais íntimos, conhecem. E muito mais. O filme, inédito, lançado nesta segunda-feira, dia 15, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, além de ser reverência sensível a uma das mais importantes criadoras da arte brasileira, hoje, aos 101 anos, marca o encontro de duas forças.