Tiago Camilo minimiza pressão sobre judô, mas admite: 'Cada um lida de uma forma'
Rio -
Tiago Camilo se juntou à lista de decepções do judô brasileiro nesta edição da Olimpíada com a queda na segunda luta da categoria até 90kg, nesta quarta-feira, diante de Mammadali Mehdiyev, do Azerbaijão. O ouro de Rafaela Silva na segunda-feira é a exceção de uma modalidade que prometia ser o carro-chefe do País neste início de Jogos, mas que até agora, após cinco dias de disputas, rendeu mesmo apenas esta medalha.
"Olimpíada não tem dono, tudo pode acontecer. É uma situação atípica, principalmente psicologicamente. É diferente. Tem grandes atletas jovens, do mundo todo, e o judô cresceu muito pelo mundo. O judô brasileiro também cresceu muito, mas tem que continuar evoluindo", declarou em entrevista ao SporTV após a derrota.
Apesar de admitir que o fator psicológico pesa em uma Olimpíada, Tiago Camilo descartou que a pressão tenha influenciado na derrota desta quarta para um judoca com ranking inferior ao dele - 21.º do mundo contra 24.º. O judoca, no entanto, preferiu não se comprometer ao comentar o possível efeito que a pressão possa ter sobre seus colegas de modalidade.
"Cada um responde de uma forma. A pressão é muito grande, são quatro anos de trabalho resumidos em um dia, e obviamente todo mundo sente pressão e nervosismo. Sempre gostei de lutar em casa e em Jogos, mas é pessoal. Sem dúvida, tem gente que sente mais pressão", afirmou.
O próprio Tiago, aliás, já foi acusado de ter sucumbido à pressão em uma Olimpíada. Em Pequim, em 2008, chegou como grande favorito ao ouro, mas caiu nas semifinais e teve que se contentar com o bronze. No Rio, aliás, o judoca lutava para ser o primeiro brasileiro da modalidade a conquistar três medalhas olímpicas, mas terminará mesmo a carreira com duas - também foi prata em Sydney-2000 -, uma vez que confirmou que não disputará os Jogos de Tóquio em 2020.
"Fico com o sentimento de amor que sempre tive pelo judô, tenho história no esporte. Triste por ter acabado dessa forma, sem medalha, mas ao mesmo tempo, feliz pelo desempenho, a forma como lutei", comentou. "É a despedida dos Jogos, mas não do judô. Não vou para 2020. Queria muito ter conquistado a terceira medalha, batalhei muito, mas esporte é assim. Judô é assim. Estou muito feliz por tudo que já conquistei."