Esportes

Tiro com arco teve bateria de escola de samba na recepção dos atletas

Redação Folha Vitória

São Paulo -

Nem durante os Jogos Olímpicos o Sambódromo fica sem uma bateria de escola de samba. As finais do tiro com arco têm um ritual que remete à essência do principal palco dos desfiles carnavalescos. Na entrada do gramado, os atletas entram empunhando seus arcos e flechas acompanhados pela bateria e por passistas de uma escola.

No primeiro dia da apresentação, na semana passada, os representantes do Grêmio Recreativo Paraíso do Tuiuti fizeram as honras da casa do samba. Os atletas australianos entraram carrancudos; os italianos acompanharam com palmas. Os passistas ficaram um pouco confusos, pois não sabiam se seguiam as orientações do chefe da escola ou do diretor da prova de tiro com arco, que estava preocupado em não deixar que as passistas entrassem no local da disputa olímpica.

Joice Simões, chefe da delegação brasileira do tiro com arco, disse que os estrangeiros não reclamaram. Antes dos Jogos, os organizadores estavam preocupados com o barulho a ponto de exigir a instalação de uma barreira acústica para diminuir o ruído urbano. “Ninguém reclamou. Encararam com naturalidade”, disse a dirigente.

No final da decisão masculina individual, a escola tomou conta do gramado e dividiu espaço com os alvos. Os coreanos, que haviam acabado de ganhar a medalha de ouro por equipes, ficaram de lado, apenas aplaudindo.

Na última sexta, foi a vez de um grupo de música popular da Coreia fazer seu carnaval. Com tambores e bumbos, eles saudaram seus campeões - o país dominou as premiações individuais e coletivas - dentro e fora do Sambódromo.

Evandro Azevedo, técnico brasileiro, afirmou que esse clima não atrapalha a concentração. “O arqueiro só perde o foco se estourar um bomba perto dele no momento exato de soltar a flecha”, opinou.