Aos 13 anos, Sophia segue os passos do irmão Gabriel Medina no surfe
A jovem surfista conseguiu classificação para dois mundias nesse ano: o de Surf sub-16 e final do Rip Curl Grom Search, que será em 2019
Carla Canteras, do R7
Quase todo adolescente de 13 anos não tem ideia sobre o que vai ser quando crescer. As mudanças são normais e frequentes. Uma hora quer ser médico, depois jornalista, jogador de futebol, advogado... e por aí vai.
Mas a história de Sophia, de 13 anos, não é essa. Ela sabe exatamente o que vai ser e como conquistar. “Eu quero ser campeã mundial da WCT (Circuito Mundial de Surfe).”
Talvez seja a influência do sobrenome: Medina. Sophia é a irmã de Gabriel Medina, o primeiro surfista brasileiro campeão do mundo.
A ligação com o surfe não é só com o irmão. O pai, Charles, foi surfista e é o técnico de Gabriel e dela também.
A escolha parecia óbvia, mas só veio depois de Sophia perceber que poderia ser uma surfista profissional.
“Desde os nove anos eu surfava na prancha na frente do meu pai. Comecei a evoluir no esporte e a gostar muito. No ano passado, os resultados começaram a aparecer. Eu fazia futebol também e o meu pai pediu para escolher um dos dois. Escolhi o surfe!”, explicou Sophia.
Agora, em 2018, os resultados apareceram e o ano está sendo especial para Sophia. Pela primeira vez, ela conseguiu classificação para duas competições internacionais: o Campeonato Mundial de Surf sub-16 e a final mundial do Rip Curl Grom Search 2019.
As duas competições também estão no currículo de Gabriel Medina também, que está todo orgulhoso da irmã. “Estou muito feliz em ver a minha pequena também classificada. É um orgulho, ainda mais que é a segunda vaga internacional que ela conquista esse ano, nos mesmos eventos que eu também fiz história”, comemorou o surfista.
Rotina
Mas saber exatamente o que quer ser quando crescer aos 13 anos requer uma rotina puxada. A vida de Sophia é toda organizada. Ela nasceu em Maresias, São Sebastião, litoral norte de São Paulo. De manhã, como toda adolescente, Sophia vai à escola. Depois ela segue para o Instituto Gabriel Medina e começa a formação da surfista Sophia.
Lá, ela almoça, tem aulas de inglês, faz fortalecimento muscular e surfa. “Aqui no instituto faço tudo: ginástica funcional, natação e apneia, que é muito importante para a surfar em grandes mares e lugares que precisam nadar muito. Surfo duas horas todo dia.”
E a folga, o tempo para curtir a vida de menina? Uma vez por semana, Sophia não faz nada e garante que está tudo certo. “Tenho uma vida normal. Meu pai não quer que o surfe atrapalhe minha vida de criança. Nos fins de semana eu fico com os meus amigos, eles vêm na minha casa. Tudo normal!”
Atleta tem que comer tudo direitinho, sem as guloseimas que todo mundo gosta. Sophia explica que pode comer besteiras. “Por enquanto, meu pai deixa eu comer tudo. Como faço muito exercícios, já como tudo certo. De vez em quando, como besteiras. Mas ele já avisou que um dia vou ter de parar.”
Três treinadores
Os treinadores de Sophia são Gilmar Pulga, do Instituto, e o pai, Charles Serrano. Mas tem uma pessoa que funciona como um terceiro técnico.
“Falo com o Gabriel sempre antes das competições. Ele fala como devo surfar, o que tenho de fazer para conseguir ir bem. Depois das baterias, fala dos meus erros e como melhorar.”
Se você pensa que o Gabriel fica distante quando está competindo pelo mundo, errou e errou feio. “Quando ele não está aqui, assiste os meus vídeos de competição e me liga para corrigir, para acertar o que não deu certo. Os três me corrigem e falam como melhorar. “
Conselhos e motivação não faltam para Sophia seguir o caminho e conseguir brilhar como o irmão campeão do mundo.