Técnico do Rio Claro Basquete será denunciado por agredir torcedor com soco
São Paulo - O técnico do Rio Claro Basquete, Dedé, não será punido imediatamente pela Federação Paulista de Basquete (FPB) por agredir com um soco um torcedor do Franca após a derrota que eliminou o time dele no Campeonato Paulista, no sábado, em Franca. O treinador, entretanto, deverá ser denunciado ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da entidade.
De acordo com Ênio Guimarães, presidente da FPB, a normativa da federação é suspender imediatamente um profissional - jogador ou técnico - quando a agressão é contra um oficial de arbitragem. Dedé acertou um soco em um torcedor e, mesmo que fosse punido agora, não faria diferença. O gancho valeria só para competições estaduais e o Rio Claro foi eliminado.
Ainda segundo a FPB, o relatório do delegado designado para o jogo em Franca chegou nesta segunda-feira à entidade, em São Paulo, e já foi repassado à procuradoria do TJD, que deve definir na terça em que termos se dará a denúncia contra Dedé. Além deles, segundo Guimarães, outros jogadores deverão ser denunciados a partir do relatório, mas ele não quis adiantar quais.
Inconformado após a derrota por 82 a 62 no Pedrocão, no terceiro e decisivo jogo das quartas de final, o treinador iniciou um bate-boca com os torcedores de Franca e, durante o entrevero, acertou um soco em um torcedor, que pode ser visto em vídeo publicado na internet. Fora de controle, Dedé ainda arremessou uma cadeira no setor numerado e, segundo nota do Franca, acertou uma mulher, que sofreu forte pancada na cabeça e passou mal devido ao susto.
Alguns jogadores, entre eles Guilherme Deodato e George Chaia também partiram para cima dos francanos, sendo contidos pelos seguranças. Ainda segundo nota do time de Franca, nem sequer o enorme efetivo foi capaz de impedir que o pivô Daniel Alemão desse uma mordida em um dos dirigentes de Franca que tentava acalmar os ânimos da delegação de Rio Claro.
"Não há justificativas para a lamentável atitude da equipe de Rio Claro, que sempre protagonizou com Franca um histórico e digno clássico no interior paulista", continuou a nota de Franca. "Repudiamos todas as ações erradas, independentemente de quem as cometeu", encerrou.
Depois do ocorrido, a delegação de Rio Claro teve problemas para deixar Franca. Após ser escoltada para o hotel e jantar, o time foi alvo de um ataque na estrada por volta das 23h. Ao passar por um viaduto, uma placa de sinalização de trânsito foi arremessada no para-brisa do ônibus.
O motorista foi obrigado a parar no acostamento. Os estilhaços feriram o supercílio e o cotovelo do auxiliar técnico do Rio Claro, Leonardo Figueiró. A delegação só pode seguir viagem depois que um ônibus foi cedido por Franca.
Em nota, a diretoria do Rio Claro "reconhece que houve excessos após o término da partida" e pede desculpas "pela nossa participação no tumulto". Afirma ainda que trabalhará "para que jamais se repita."
O Rio Claro, entretanto, reclama do Franca, que tratou como "comportamento exemplar" a atitude dos seus torcedores. A diretoria rio-clarense acusa os francanos de terem hostilizado e cuspido nos atletas e comissão técnica de Rio Claro enquanto eles ainda permaneciam na quadra após o jogo. Isso também consta no relatório do delegado do jogo, que afirma não ter visto tais atitudes.
"O incidente nos leva a refletir sobre as trágicas consequências que o extrapolar da rivalidade e atitudes impensadas podem nos trazer. Por tudo isso, o Rio Claro Basquete está pronto a colaborar no que for necessário para que as disputas futuras se realizem dentro dos limites do esporte, em respeito ao torcedores, fãs e toda comunidade do basquete", encerra a nota.
O Rio Claro é um dos principais clubes do basquete brasileiro na atualidade, tendo chegado às quartas de final do NBB na temporada passada. Já o Franca está em busca de renovação depois de cair nas oitavas do NBB 8, exatamente para Rio Claro. Na semifinal do Paulista, vai pegar Bauru. Na outra chave, estão Pinheiros e Mogi.