Estudo prevê que educação pode retroceder quatro anos por causa da pandemia

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A educação brasileira pode retroceder quatro anos devido à pandemia de Covid-19. É o que afirma o estudo “Perda de aprendizado no Brasil durante a pandemia de Covid-19 e o avanço da desigualdade educacional”, realizado pela da Fundação Lemann e dirigido por André Portela, economista e professor de Políticas Públicas Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.

De acordo com a pesquisa, a pandemia pode levar o ensino fundamental ao nível de aprendizagem inferior a de 2015. Na época, estudantes conquistaram 252 pontos no Sistema de Avaliação da Educação Básica. Passados quatro anos, a média subiu para 260, segundo a última avaliação. Em matemática, o avanço foi de 256 para 263.

Desde que entraram em vigor as medidas sanitárias, a suspensão das aulas presenciais foi efetivada no Brasil. Resultado disso, apenas 70% das redes de ensino declararam ter cumprido o ano letivo em 2020, segundo levantamento “Undime volta às aulas 2021”, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.

Além disso, 5,5 milhões de estudantes brasileiros não tiveram acesso às atividades escolares. Ademais, foi identificado um grau de dificuldade de conexão à internet de 78,6%. Esse percentual prevalece entre os membros de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Maria Topliff, diretora de instrução e currículo da Centric Learning, observa que as dificuldades da educação brasileira representam um desafio para este ano – pleito que deve ser defendido por toda a sociedade.

Nesse contexto, Topliff acredita que o método Project-Based Learning (PBL) – Aprendizagem Baseada em Projetos – pode ser útil para o desenvolvimento socioemocional dos estudantes no contexto pós-pandemia.

“Essa é uma metodologia de ensino ativa, que coloca os alunos no centro do processo educacional. Portanto, eles se tornam protagonistas do próprio aprendizado ao desenvolver projetos relacionados a situações e problemas reais e relevantes”, afirma.

Educação e pandemia: adoção do PBL avança no Brasil

A especialista explica que o método prevê projetos de longo prazo, que podem ir de uma semana a alguns meses. Tendo como ponto de partida uma pergunta-chave, os programas fazem com que os alunos trabalhem questões complexas e busquem suas próprias soluções. Ao final, eles precisam demonstrar o conhecimento e as habilidades adquiridas por meio de um produto, que é de preferência público e aberto à comunidade.

Topliff informa que o PBL tem ganhado destaque nos últimos anos em alguns países, como os EUA, e vem crescendo aos poucos no Brasil.

“Aqui, o método chegou por meio das faculdades de medicina na última década, acompanhando o que aconteceu https://pharmacy4homes.com em outros países desde 1960. Essas faculdades passaram a aplicar a metodologia ativa a fim de desenvolver o pensamento crítico e solução de problemas”.

Ademais, Topliff afirma que o PBL busca desenvolver pensamento crítico, colaboração, criatividade e habilidades de comunicação. Pois essas habilidades permitirão que as crianças de hoje se tornem pessoas, estudantes e profissionais melhores.

“A pandemia mostra que devemos nos aproximar dos alunos com suporte socioemocional. O senso de independência e de protagonismo que as habilidades desenvolvidas com o PBL proporcionam são essenciais para tanto. Isso porque abrem as portas para que os estudantes possam se comunicar e expressar, afetando a maneira com que estes se enxergam na escola, em casa e na sociedade”, conclui.

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