Férias escolares e atividades físicas: como afastar as crianças das telas

Férias escolares e atividades físicas
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Com o fim do primeiro semestre de aulas, boa parte das crianças volta a passar longos períodos do dia dentro de casa. Durante o período de férias escolares, as atividades físicas podem manter os pequenos longe das atrativas telas de celulares, notebooks, tablets e da TV.

Mas, por mais que a batalha com os equipamentos eletrônicos seja árdua, é muito importante estimular atividades físicas. Em especial ao ar livre, para que as crianças se mantenham saudáveis mesmo no período de recesso escolar.

Quando estão na escola, os alunos têm à disposição um espaço importante de desenvolvimento da base motriz. E é fundamental fazer com que elas permaneçam em movimento, de acordo com Juliana Landolfi Maia, assessora de Educação Física do Sistema Positivo de Ensino e doutoranda em Fisiologia do Exercício.

“O sedentarismo não é só falta de movimento, mas também está relacionado ao estímulo excessivo causado por atividades, como jogos eletrônicos, filmes e outros conteúdos acessados em smartphones, videogame, televisão e tablets”, diz Juliana.

Segundo a especialista, estudos recentes mostram que esse tempo de tela excessivo é um fator de preocupação quando o assunto é saúde. Outros aspectos que precisam de atenção, mesmo durante as férias escolares, além das atividades físicas, são a alimentação e qualidade do sono.

“É preciso diminuir o consumo de alimentos processados, além de cuidar para que o sono seja o melhor possível, retirando telas, principalmente no período noturno, antes de ir dormir. Isso ajuda no desenvolvimento das crianças e nos mecanismos fisiológicos e de desenvolvimento dessa fase”, explica a especialista.

Férias escolares e atividades físicas: veja algumas dicas

Dos 2 aos 3 anos

Simples caixas de papelão em tamanhos variados podem se tornar circuitos interessantes para os pequenos. Esse tipo de atividade faz com que eles se desloquem pelo “caminho”. Além disso, o papelão também pode ser usado para construir cenários e incentivar encenações teatrais.

Como a ideia é afastar as crianças das telas, uma boa ideia é oferecer diferentes materiais para que elas montem seus próprios brinquedos. Para essa faixa etária, outra ideia é disponibilizar blocos de encaixe e brinquedos que simulam movimentos de pinças.

Ao ar livre ou dentro de casa, brincadeiras como “Morto-Vivo” podem ser interessantes. Essa atividade, especificamente, exige que a criança se abaixe (morto) e fique em pé (vivo). Isso, portanto, promove o fortalecimento dos músculos e articulações da perna. Ademais, contribui para o equilíbrio e a coordenação motora.

Dos 4 aos 5 anos de idade

Nessa faixa etária, as crianças constumam gostar muito de atividades que envolvem dançar e se movimentar. Também é uma boa ideia criar brincadeiras que envolvam personagens e ter preparado um local com brinquedos e materiais variados achados em casa, como, por exemplo, papéis coloridos, bolas e tinta.

Além disso, nessa idade é importante incentivar os pequenos a inventar novos jogos e brincadeiras, envolvendo toda a família.

Se houve a chance de brincar ao ar livre, os tradicionais jogos de pega-pega, esconde-esconde e outros nesse estilo são boas sugestões porque ajudam na movimentação dinâmica. Isso porque os participantes precisam pular, correr em várias direções, abaixar e outros movimentos.

Dessa forma, há uma melhora no condicionamento cardiorrespiratório e fortalece a musculatura de braços e pernas, trabalhando também as articulações.

Dos 6 aos 8 anos de idade

Aqui, a imaginação passa a ser um componente muito importante do dia a dia das crianças. Por isso, sugira jogos com desafios para promover o desenvolvimento de senso de competição e habilidades específicas.

Outra ideia é estimular que os pequenos conversem com tios, avós e outras pessoas sobre brincadeiras de diferentes épocas. Assim, além de descobrir atividades novas e divertidas, eles vão ganhar tempo de convivência e troca de qualidade com a família.

Dos 9 aos 12 anos de idade

Quanto mais velhas, mais complexas precisam ser as brincadeiras, para que chamem a atenção das crianças. Que tal, por exemplo, estimular atividades com bolas ao ar livre ou explorar a movimentação corporal, escolhendo músicas para criar sequências coreográficas?

Atividades tradicionais, como pular corda ou elástico, brincar de queimada e carrinho de mão, também podem ser atrativas para essa faixa etária.

“Enquanto o carrinho de mão estimula músculosdos braços e abdômen e trabalha a coordenação motora, a queimada ajuda a ter mais força e agilidade”, explica Juliana.

A partir dos 12 anos de idade

O uso excessivo de telas entre os jovens pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, por exemplo, que podem desencadear distúrbios do sono. Durante as férias escolares e a falta de atividades físicas, é natural que a ausência do convívio social gerado pela escola leve a um aumento no tempo passado com jogos online e redes sociais.

“Por isso, é importante que os pais observem e orientem seus filhos. Isso pode evitar a privação do sono, o que é comum quando adolescentes passam a madrugada jogando online, por exemplo”, ressalta a especialista.

E ela finaliza. “O ideal, para os adolescentes, é incentivar a prática de esportes individuais. Boas opções são a patinação, as corridas de longa e curta distância, as caminhadas, os passeios de bike, entre outros”.

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