Amaes: assistentes sociais orientam e acolhem famílias após diagnóstico

O Serviço Social é uma profissão de caráter sócio-político, crítico, investigativo e interventivo, que se utiliza desse instrumental científico para análise no conjunto de desigualdades sociais.

A Amaes tem como missão exercer a luta pela defesa e garantia dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista – TEA e seus familiares, acolhendo, informando e prestando atendimento para incentivo à autonomia e dignidade desse público.

O Serviço Social perpassa todo o atendimento da AMAES fortalecendo políticas públicas de Educação, Saúde e Assistência Social.

Durante o acolhimento com o serviço social trabalhamos no empoderamento das famílias para melhor orientar e cuidar de seus filhos com mais acesso à informação, a espaços de reflexão, visando maior conscientização sobre os direitos de cidadania, o fortalecimento dos vínculos familiares, comunitários e a participação social; ampliação e fortalecimento da participação da sociedade civil organizada na defesa dos direitos da criança e do adolescente e no controle social da garantia do direito à convivência familiar e comunitária.

À frente do serviço social da Amaes há cinco anos, realizei inúmeros acolhimentos e percebo que quando o diagnóstico do autismo chega em muitas famílias ele vem como um tsunami, desabando todos os sonhos idealizados para aquele filho tão esperado e amado.

Em vários relatos ouço dizer: ¨Abriu-se um buraco no meu chão¨, ¨E agora?”, ¨Meu filho vai falar?¨, ¨Meu Filho vai ser alguém?¨, ¨Estou perdida, todos acham que eu estou louca procurando doença para meu filho¨, ¨Ele não é mal-educado, mas as pessoas não entendem¨ e em muitas vezes o grau de dependência é muito grande, trazendo sofrimento e angustia para as famílias.

Para além do autismo, eles ainda precisam enfrentar muitas barreiras, pois muitas famílias que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos, como isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, entre outras situações que aumentam a dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia.

No Brasil, o Transtorno do Espectro Autista – TEA (popularmente conhecimento como autismo) se encontra em maior evidência com um aumento significativo nos números de diagnósticos principalmente em crianças na primeira infância resultando na construção de novos marcos legais nos últimos seis anos, entre eles a Lei 12.764/12, que Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, além da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). Essas legislações consolidam e norteiam uma série de direitos e benefícios junto à rede sócia assistencial da Pessoa com Deficiência, sendo o autismo reconhecido como deficiência intelectual faz jus aos mesmos direitos.

Os atendimentos realizados com acolhimento e acompanhamento aos autistas e familiares são realizados por atendimentos semanais planejados e executadas as intervenções como encaminhamentos, relatórios e pareceres sociais, visitas institucionais, palestras, e até mesmo acionamento de órgãos jurídicos como Ministério Público, em favor da defesa e garantia de direitos dos usuários atendidos.

Essas ações de mobilização e articulação para a defesa dos direitos do autista são realizadas no intuito de contribuir para uma maior propriedade do tema do autismo junto à sociedade, pois acreditamos que a conscientização do tema “autismo” pode transformar a caminhada um tanto mais leve e menos sofrida.

Adriana dos Santos Freire
Assistente Social

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