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Teste de míssil da Coreia do Norte eleva tensão com os EUA

Redação Folha Vitória

Seul - Um míssil norte-coreano de médio alcance aparentemente falhou pouco depois do lançamento neste sábado, disseram os governos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos. Este foi o terceiro teste de fogo do país, uma mensagem clara de aviso depois de os Estados Unidos enviarem um porta-aviões para as proximidades da Península Coreana.

No Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o lançamento foi um desrespeito à China. Pequim é o principal aliado da Coreia do Norte e o governo americano busca apoio dos chineses para pressionar Pyongyang a desistir de seu programa nuclear e controlar seu programa de mísseis.

A Coreia do Norte não comentou imediatamente sobre o lançamento, mas a agência de notícias estatal disse, neste sábado, que o objetivo do país é conseguir alcançar os Estados Unidos.

O teste do míssil veio apenas algumas horas depois do Conselho de Segurança das Nações Unidas realizarem uma reunião ministerial sobre o programa de armas de Pyongyang. Funcionários da Coreia do Norte boicotaram a reunião, que foi comandada pelo Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.

A Coreia do Sul disse, em nota, que o míssil voou por alguns minutos e chegou a uma altura máxima de 71 quilômetros, antes de aparentemente falhar. Não foi divulgada uma estimativa de quão distante ele teria ido, mas um oficial dos EUA, que preferiu não se identificar, disse que era provável ser um KN-17, de médio alcance.

O secretário-chefe do Gabinete do Japão, Yoshihide Suga, em entrevista após uma reunião do Conselho de Segurança japonês, disse que o míssil teria viajado por cerca de 50 quilômetros antes de cair em uma região da Coreia do Norte.

Moon Seong Mook, analista sul-coreano e ex-oficial militar, afirmou que a Coreia do Norte fez progressos significativos, mesmo diante da falha de hoje. "Eles podem ter testado diversas coisas, como o impulso do motor do foguete a separação das peças", disse Moon. "Uma falha é uma falha, mas isso não significa que o lançamento tenha sido insignificante", completou.

O Ministério de Assuntos Exteriores da Coreia do Sul afirmou que o lançamento foi uma "óbvia" violação da resolução das Nações Unidas e mais uma exibição de imprudência por parte do país vizinho.

O lançamento deste sábado vem em um momento de particular tensão. O presidente dos Estados Unidos enviou um porta-aviões para as proximidades da Península coreana, enquanto isso a Coreia realizou um teste de fogo em larga escala em sua costa.

Na sexta-feira, os Estados Unidos e a China ofereceram estratégias diferentes para combater as ameaças nucleares da Coreia do Norte. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, exigiu sanções econômicas e afirmou que se "não agirmos agora sobre a questão de segurança mais urgente no mundo, podemos ter consequências catastróficas".

Entre suas sugestões, estão a proibição de importação de carvão da Coreia do Norte e a suspensão dos envios de dinheiro de trabalhadores que estão fora do país, uma fonte de receita importante da Coreia.