"Minha vida mudou completamente", diz personal após retirada de tumor no cérebro
Com o restante do dinheiro arrecadado durante a campanha para realizar a cirurgia, Letícia decidiu ajudar mais pessoas
A personal trainer Letícia Tavares descobriu que tinha um tumor no cérebro em junho de 2018. Ela chegou a fazer uma vaquinha online e rifas para conseguir o valor da cirurgia, que foi realizada em São Paulo, e foi um sucesso. Agora, ela se recupera bem.
"A sequela que tive é 'provisória', no qual tenho que fazer fisioterapia três vezes na semana. Comecei fazendo em São Paulo e agora faço em Vitória. Também estou tendo acompanhamento psicológico. Os meus movimentos não foram todos afetados. O tumor foi totalmente retirado. Já estou bem melhor do que antes", contou.
Letícia foi para São Paulo no dia 24 de julho. "Fui para São Paulo no dia 24 de junho, no dia 25 tive tive a consulta com o Drº Helder, e no dia 27 a cirurgia aconteceu. Passei um dia na UTI, e quando acordei não conseguia mexer meu braço e perna esquerdo. Fiquei desesperada e começamos uma semana de fisioterapia no hospital. Comecei a andar no hospital mesmo. Minha família me ajudou demais durante esses dias", contou.
Quando voltou para Vitória, Letícia teve uma ótima notícia. "Fui ao oncologista quando cheguei em Vitória. Estávamos muito preocupados de que fosse preciso fazer quimioterapia e radioterapia, mas não será necessário".
"Deus me deu um sinal que foi a queimação. Deveria ter tido convulsões, mas não tive"
A capixaba contou que a vida mudou completamente e que tem progredido muito com a fisioterapia. "Minha vida mudou completamente mas estou muito feliz. Tenho que agradecer demais por tudo. Se não fosse por essas pessoas eu não teria conseguido operar. Deus me deu um sinal que foi a queimação, e eu deveria ter tido convulsões, mas não tive. Deus é muito bom, são muitas bênçãos".
A capixaba mandou um recadinho para os que a ajudaram durante esse processo. Assista:
Os sintomas
Nascida em São Gabriel da Palha, Letícia morou 22 anos em Linhares e há 7 está em Vitória. Como sempre trabalhou muito, as dores de cabeça pareciam normais.
Era uma sexta-feira como outra qualquer, de muito trabalho e correria. Letícia não se sentiu bem e chegou a ligar para a irmã dizendo que acreditava que estava tendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC). "No dia 8 de junho, uma sexta-feira, senti uma queimação forte no lado direito da cabeça, tomei um remédio e passou. Cheguei a ligar para minha irmã quando dirigia porque me senti muito mal. Achei que estava tenho um AVC, só queimava do lado direito da cabela", contou.
Após acreditar que a queimação e dor passaria, Letícia tomou um remédio e foi trabalhar. "Depois que tomei o remédio, como já era de costume, doeu um pouco no fim de semana e voltou a incomodar na segunda. Fui a um hospital em Vila Velha na terça-feira e a médica disse que eu estava com uma enxaqueca muito forte e que teria que fazer exames de sangue. Os resultados foram bons e não deu alteração. Mas voltei para casa com os mesmos sintomas”.
Internação
No dia 13 de junho, Letícia foi a um hospital em Cariacica depois de continuar se sentindo mal. A internação durou 14 dias. Vários exames foram feitos até que o resultado final chegasse. "Fiquei duas semanas no hospital fazendo uma bateria de exames, um deles muito doloroso, inclusive. Fomos descartando algumas possibilidades: esclerose, trombose e AVC”.
Doações
Pensando em ajudar mais pessoas, ela decidiu fazer doações com o restante do dinheiro arrecadado durante a campanha. "Consegui pagar o hospital e o médico. Sobrou R$ 20 mil e já comecei a fazer as doações. Doei um valor para uma menina que está com câncer, e que mora em Alfredo Chaves. Também doei cestas básicas para as crianças carentes do Santuário de Bairro de Fátima, e também para uma criança autista, que também está precisando muito de ajuda. Além disso, doei para o Centro de Vivência de Vitória, e vou continuar fazendo as doações para quem precisa".
Letícia falou sobre uma moça que também está precisando de ajuda. Karla Alberta Grassi Duarte. Veja o relato feito pela jovem no site da Vakinha Online: “No auge da minha juventude, aos 25 anos, recebi a notícia que mudou a minha vida (e, junto, a da minha família): em outubro de 2016, fui diagnosticada com Linfoma de Hodgkin, subtipo Esclerose Nodular. Até então, eu levava a vida normal de uma jovem da minha idade, trabalhava durante o dia e, à noite, cursava a faculdade de Ciências Contábeis. Mas, após o diagnóstico, o sonho da formatura, o trabalho e os encontros com os amigos perderam espaço para a dedicação total ao tratamento. Ciclos de quimioterapia, rotinas de exames, visitas cada vez mais frequentes a médicos e especialistas. Tive que voltar a morar com meus pais em outra cidade, no interior do Espírito Santo, para que junto deles eu encontrasse a força e o amparo necessário para enfrentar a doença".