Cinco crianças somem em incêndio e 20 anos depois pais recebem carta
O mistério do sumiço dos filhos da família Sodder continua levantando discussões sobre o caso
Filipe Siqueira, do R7
No Natal de 1945 a casa da família Sodder, em West Virginia (EUA), foi incendiada. O fogo se alastrou rápido. Lá viviam George Sodder, a mulher Jennie e nove filhos. Eles conseguiram salvar quatro do incêndio e os outro cinco ficaram na casa. Mas os corpos nunca foram encontrados. Cerca de 20 anos depois, a família recebeu uma carta sem remetente que seria de um dos irmãos, dizendo que amava a todos. Desde então, o mistério nunca foi esclarecido.
George e Jennie eram imigrantes italianos que foram para a Itália separadamente ainda crianças. George era contra o governo fascista de Benito Mussolini e era rechaçado por imigrantes italianos.
À 1h do Natal, Jennie acordou com cheiro de fumaça e identificou um incêndio no escritório de George, onde estavam as caixas de fusíveis da casa. Quando os bombeiros chegaram, já era tarde. Em parte porque na época os bombeiros serviam na II Guerra Mundial e os que sobraram eram voluntários. Eles procuraram corpos e não encontraram nenhum.
Os vestígios das cinco crianças nunca foram encontrados e George nunca reconstruiu a casa, dedicando o terreno a um memorial para as cinco crianças. Foram emitidas certidões de óbito, mas a família nunca acreditou que eles estavam mortos.
Os Sodder começaram a suspeitar da Máfia, que poderia ter ligações com fascistas italianos. O telefone da família fora cortada um dia antes, os caminhões que George possuía (ele era dono de uma empresa de transportes) estavam com os motores danificados e nos escombros foram encontradas bolas de plástico que poderiam ser usados para incendiar a casa.
Quatro anos depois, o terreno foi escavado e só foi encontrado um osso, que especialistas disseram ser de alguém de 16 a 23 anos. A mais velha das crianças desaparecidas tinha 14 anos na época. O responsável por um crematório local também afirmou que todos os ossos deveriam ser encontrados, pois ossos humanos não queimam em incêndios comuns.
Em 1967, George recebeu por uma carta sem remetente com a foto de um rapaz muito parecido com uma das crianças desaparecidas, Louis. Na parte de trás da foto dizia "Amo todos vocês, Louis".
Existiram mais suspeitas de que as crianças tenham sido raptadas, mas a polícia jamais investigou a fundo. George e Jennie colocaram uma recompensa por informações acerca do paradeiro das crianças. Os mais estranho é que elas dormiam no sótão no momento do incêndio e para sequestradores teria sido mais difícil levá-las sem chamar atenção.
A polícia afirmou que o incêndio foi resultante de falha elétrica, mas Sodder havia reformado toda a parte elétrica da casa semanas antes. George morreu em 1969, ainda acreditando na busca pelos filhos. Sua mulher Jennie morreu 20 anos depois e ainda arrumava o jardim e o mural para os filhos desaparecidos e usava apenas preto, em contínuo luto. Após a morte dela, os filhos derrubaram o memorial. O caso foi examinado em diversos fóruns online e uma solução definitiva jamais foi encontrada.