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Depoimento de ex-chefe de campanha pode envolver Trump e assessores mais próximos

O ex-chefe da campanha presidencial de Donald Trump Paul Manafort fechou nesta sexta-feira, 14 um acordo com o procurador especial Robert Mueller para assumir culpa em duas acusações criminais. Mueller é responsável pelas investigações sobre interferência da Rússia na eleição americana de 2016, que poderia envolver a campanha de Trump.

Aliados do presidente minimizaram o impacto do acordo. "Isso não tem absolutamente nada a ver com o presidente ou sua campanha vitoriosa de 2016. Está totalmente desconectado", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. O advogado do presidente, Rudy Giuliani, também afirmou que o acordo não tem relação com a campanha. "A razão? O presidente não fez nada de errado e Paul Manafort dirá a verdade", disse.

Há 20 dias, Trump chegou a elogiar o ex-chefe da campanha por ser "corajoso". Diferentemente de Michael Cohen, Manafort se recusava a cooperar com os investigadores. Já Cohen, ex-advogado de Trump, fechou acordo com os investigadores e entrou na mira dos ataques do presidente.

A informação sobre o acordo de Manafort veio à tona ontem a tempo de evitar seu segundo julgamento. Ele já foi condenado, em agosto, em outro processo, por oito crimes fiscais. O ex-chefe da campanha de Trump ainda é acusado de crimes como obstrução de Justiça e conspiração para lavagem de dinheiro.

Pelas informações sobre o acordo, Manafort já está cooperando com o Departamento de Justiça e deverá fornecer informações a respeito de quaisquer assuntos que os investigadores considerem relevantes. Pelo acordo, ele vai se declarar culpado em duas acusações de conspiração e terá contas bancárias e propriedades em Nova York confiscadas.

Integrante da Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados, o democrata Adam Schiff considerou o acordo como "outra vitória de Mueller". O parlamentar, no entanto, disse que é preciso aguardar para uma melhor avaliação. Segundo Schiff, o ex-chefe de campanha ainda pode receber o perdão presidencial de Trump.

Conluio

Ainda não há detalhes sobre o conteúdo da delação ou como isso poderá acrescentar informações à investigação que vem sendo feita sobre a interferência russa.

Mueller investiga fatos que podem ligar ações da Rússia à campanha de Trump, como uma reunião entre representantes de Moscou, em 2016, com um dos filhos do presidente na Trump Tower. No encontro, eles teriam negociado informações que seriam prejudiciais à candidata democrata, Hillary Clinton. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.