Guarapari recebe palestra sobre suicídio no mês de prevenção da doença
A equipe do CVV realizou uma palestra coordenada pelo Grupo Espírita Allan Kardec, Geak, de Guarapari
Um suicídio a cada 40 segundos no mundo e 32 por dia no Brasil, esse dados alarmantes vieram do Ministério da Saúde e preocupa. Com a intenção de alertar e tentar ajudar essas pessoas que estão precisando de atenção e compreensão, foi criada uma campanha mundial de conscientização sobre a prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo. Uma pesquisa realizada pela Unicamp/SP mostra que 17% de brasileiros pensam seriamente em cometer suicídio no decorrer da vida. E nove entre cada 10 suicídios poderiam ser evitados.
Um dos apoiadores pela vida é o Centro de Valorização da Vida (CVV) que luta arduamente pela prevenção do suicídio. O CVV não é um serviço profissional nem religioso, ele é formado por voluntários abertos a conversas, a ouvir com atenção e responder com compreensão. O Centro é reconhecido pelo Ministério da Saúde como melhor iniciativa não governamental de prevenção ao suicídio no Brasil.
Em Guarapari, durante a palestra realizada na sede do Geak no dia 01 de setembro e ministrada pelo membro do CVV, Regina Celi, foi colocado em pauta o sensacionalismo que gira em torno da divulgação do suicídio que pode estimular quem está com o desejo e causar danos a família de quem passou pelo processo. “O mais correto é tentar conversar para achar uma solução e resolver o que aflige a pessoa. Temos que tentar tirar essa dor dela, e para isso, basta ter disponibilidade para ouvir e dar atenção. Assim surgiu a ideia do CVV, do voluntariado, para a dona de casa, o advogado, qualquer um poder ajudar”, disse Regina.
Para a voluntária, o CVV é uma proposta de vida. “Tudo que se absorve do outro nós trazemos para a nossa vida. Não é só passar, aprendemos muito, precisamos mudar para aprendermos. É um enriquecimento pessoal. Somos uma sociedade doente, temos pressa para tudo, estamos sempre correndo. Não podemos ter receita pronta, o tamanho do nosso problema não é do tamanho do problema do outro”, contou.
Sobre o voluntariado no CVV, Regina falou que o trabalho é doação. "É ajudar a quem está se sentindo só na multidão, é fazer a diferença na vida do outro, é se colocar disponível para o desabafo de quem se encontra no vazio. Para quem não consegue falar com ninguém, o 188 está ali para ouvir. Depressão é uma doença e deve ser tratada como tal”, relatou.
Para ela o mais importante é cuidar do “abandono de si”. “O hábito de ir para cama consigo tem que ser buscado. Se você vai para a cama com dívida, problema tem que aprender a ir consigo mesmo. Ninguém sabe o que está dentro do outro”, finalizou.
A respeito do serviço do CVV, o jovem do Geak, Adolpho Garcia, o vê como uma válvula de escape para as pessoas que mesmo entre família e amigos sofrem com a solidão e depressão. “Também é preciso aumentar a solidariedade e ter mais atenção com as pessoas que convivem conosco”, enfatizou.
Setembro Amarelo
Iniciado no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2015. Mundialmente, a Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, sendo 10 de setembro o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
CVV
O telefone 188 do CVV é o primeiro número telefônico gratuito em todo território nacional, inclusive as ligações por celular, para apoio emocional de emergência para prevenção do suicídio. É uma concessão do Ministério da Saúde ao CVV. Dados nacionais do CVV – aproximadamente 2.600 mil voluntários / mais de 90 postos nas principais cidades e capitais – com meta de 100 até final do ano / recorde de 10 mil atendimentos por dia - 2 milhões de atendimentos em 2017 e previsão de 3 milhões parar 2018.