Papa Francisco diz que populismo deve servir às pessoas, não incitar discórdia
O Papa Francisco recomendou um populismo do tipo cristão, depois de ser atacado por políticos italianos por defender os imigrantes. A uma multidão de cerca de 100 mil pessoas reunidas para uma missa ao ar livre, Francisco afirmou neste sábado que "o único populismo possível" é o do modelo cristão, que "ouve e serve ao povo, sem gritar, acusar e incitar brigas".
O papa falou em Palermo, capital da Sicília, neste sábado. Centenas de milhares de imigrantes resgatados no mar Mediterrâneo nos últimos anos foram levados para os portos da ilha. Francisco defendeu com firmeza os direitos dos imigrantes.
O novo governo populista da Itália tem tentado desencorajar a chegada de mais imigrantes ao país. O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, insiste que as pessoas que forem resgatadas no mar de barcos de traficantes não terão permissão de entrada na Itália. A posição de Salvini sobre a imigração contrasta com os pedidos de solidariedade de Francisco, mas pesquisas de opinião indicam que sua popularidade está aumentando.
Durante a visita à Palermo, para homenagear um padre morto pela máfia por tentar proteger jovens do crime organizado, o papa também se dirigiu aos membros do grupo, pedindo que renunciassem à busca de poder e dinheiro. "Digo aos mafiosos: mudem, irmãos e irmãs. Parem de pensar em vocês mesmos e no seu dinheiro. Vocês sabem, uma mortalha funeral não tem bolsos. Você não pode levá-lo com vocês", falou Francisco, durante sua homilia.
A viagem de um dia de Francisco à ilha do Mediterrâneo, onde a Cosa Nostra está enraizada, marca o 25º aniversário do assassinato Padre Giuseppe "Pino" Puglisi, que foi declarado mártir pelo Vaticano e beatificado em 2013, último passo formal antes da possível declaração de santidade.
Dezenas de milhares de pessoas aplaudiram Francisco. Um grupo de jovens estendeu uma faixa que dizia "Vamos renovar a Igreja". A declaração ocorre em um momento de pressão crescente para que o papa diga o que sabe sobre a conduta sexual imprópria do cardeal e arcebispo emérito dos EUA, Theodore McCarrick, que recentemente foi suspenso do exercício público de seu ministério sacerdotal.
Fonte: Associated Press