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Tecnologia: uma realidade cada vez mais presente nas salas de aula

Novas ferramentas, como computadores e tablets, invadiram de vez as salas de aula e se tornaram um desafio a mais para escolas e professores. Os livros didáticos, porém, não vão desaparecer

Para Cleonara, essas tecnologias vêm para facilitar o acesso à informação, elas são outra ferramenta na sala de aula - Foto: Divulgação

Computador, ultrabook, smartphone, tablet, Ipod, projetor interativo... A cada dia, novas e diferentes tecnologias invadem as salas de aulas e conquistam professores e alunos. Até parece que os bebês de hoje já nascem conectadas e sabendo postar fotos no Facebook e compartilhar no Instagram.

Diante de tanta evolução, é inevitável o surgimento de uma discussão que coloca em xeque o modelo de educação básica no Brasil, que luta para encontrar um espaço nesse mercado tão disputado que é a atenção dos alunos. Afinal, as novas tecnologias são realmente eficientes no processo de aprendizagem? Computador substitui o livro didático?

Para Cleonara Schwartz, coordenadora do programa de Pós-Graduação em Educação da Ufes, as novas tecnologias não vão tirar o papel do livro didático ou de qualquer suporte que sirva ao processo educacional. “Essas tecnologias vêm para facilitar o acesso à informação, elas são outra ferramenta na sala de aula. As mais interativas  estão voltadas para a informação ou são para facilitar as relações ensino-aprendizagem. Mas repito, elas não substituem o livro”.

O livro possui seus diferenciais, segundo a coordenadora. “O aluno o leva para casa, consulta, seu conteúdo é apresentado diferente do conteúdo tecnológico, na internet ou na louça digital. Até porque as novas tecnologias têm uma linguagem diferenciada, mais rápida, já o livro tem um conteúdo mais intenso, mais denso, com detalhamento maior, usa outros recursos diferentes dos recursos tecnológicos”.

Entretanto, Cleonara reforça o papel positivo do uso de tecnologias dentro da sala de aula. O segredo está na forma como ela é apresentada para os alunos.  “Toda tecnologia na sala de aula tem efeito positivo, desde que seja usada adequadamente. Uma louça digital é ótima, porque enriquece o conteúdo, mas a criança também precisa ter uma formação de leitor, de alguém que precisa estudar, e por isso precisa ter hábitos, atitudes que vão levar a um comportamento de estudo”, orienta.

Seguindo essa premissa, não há idade mínima para o uso das tecnologias, lembrando que ela também não substitui as brincadeiras de criança. “Na Educação Infantil, a criança precisa brincar, ter uma série de outras questões ligadas aos valores cognitivos das crianças e à brincadeira é fundamental. A questão é se essa nova tecnologia vai tomar o lugar da brincadeira e de outras atividades que são importantes para o desenvolvimento social e cognitivo”, destaca a especialista.

Formação
Antes, porém, é preciso capacitar o professor para saber usar a tecnologia e abrir a mentalidade da escola para receber essas inovações, e é aí que caímos em mais um dos desafios da educação brasileira, segundo o Mestre em Educação e Avaliação de Sistemas Educacionais Edebrande Cavalieri. 

“Algumas escolas e professores resistem, achando que a tecnologia é uma forma de distrair a criança. Não é verdade, a escola precisa com urgência se adequar ao uso da tecnologia como ferramenta. Ela não resolve o problema da educação, mas é uma grande evolução para as crianças em processo de aprendizagem”, afirma Cavalieri.