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Estudantes encontram suástica pichada em banheiro da Ufes

De acordo com a Ufes, a Ouvidoria Geral da universidade não registrou denúncia sobre o fato

Suástica pichada no banheiro do CCJE da Ufes

Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) encontraram um símbolo da suástica pichado na porta do banheiro do prédio Ed VI do Centro de Ciências Econômicas e Jurídicas (CCJE), no campus de Goibeiras, em Vitória. A imagem foi enviada para o Folha Vitória no mês de setembro e até esta segunda-feira permanecia no local.

De acordo com a lei 7.716, de 1989, no inciso 1º é proibido fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. A pena para o crime de apologia ao nazismo é de dois a cinco anos de prisão e multa. 

A reportagem do Folha Vitória foi até o campus de Goibeiras na manhã desta segunda-feira (15), conversar com os estudantes e saber a opinião deles sobre o símbolo pichado. O estudante Leonardo Vinícius, que cursa Ciências Sociais na universidade, disse que "estamos vivendo tempos de polarização muito grande e infelizmente alguns grupos extremistas saíram do bueiro. O fascismo está despertando na sociedade brasileira e o picho é um exemplo disso", disse.

Outros alunos que estudam no prédio foram procurados pela reportagem, mas não quiseram comentar sobre a pichação. 

Por meio de nota, a Ufes disse que "[...] considerando o momento político-eleitoral que vive o país, especialmente neste período do segundo turno das eleições presidenciais, vem a público, assim como diversas instituições de ensino, reafirmar-se como instituição democrática, com pluralidade de ideias e opiniões, em um ambiente de debate livre, propício ao contraditório que constrói e revigora. É natural e necessário que ocorram nos espaços acadêmicos manifestações pacíficas e organizadas de posições político-ideológicas de todas as matrizes, devendo sempre, todas elas, basearem-se no respeito, na tolerância e na boa convivência. Inaceitável, por conseguinte, é toda e qualquer forma de violência, agressão, depredação, confronto ou intimidação”.

A nota enviada pela instituição diz ainda que até o momento a Ouvidoria Geral da universidade não registrou denúncia sobre o fato. Não há câmeras nos banheiros dos prédios, então não foi possível identificar o autor da pichação. Cerca de 30 mil pessoas, entre elas estudantes, professores, servidores e visitantes.