Travesti acusado de matar policial em Vitória vai a júri nesta quinta-feira
O crime aconteceu no dia 30 de março, no bairro Mata da Praia, em Vitória. O corpo do policial foi encontrado nu, dentro do carro, com duas perfurações na região da cabeça
O travesti Jhon Wener Reco Alves de Araújo, 23 anos, acusado de matar um policial rodoviário federal a tiros na Mata da Praia, em Vitória, vai a júri nesta quinta-feira (25), às 9 horas. Jhon será julgado pela 1ª Vara Criminal de Vitória.
Jhon confessou o assassinato do policial rodoviário federal João Miguel Sacramento, de 46 anos, no dia 10 de abril. Segundo o delegado Arthur Bogoni, o suspeito disse que, quando entrou no carro, foi ameaçado de morte pelo policial.
A confissão aconteceu após a polícia analisar novas imagens de videomonitoramento. De acordo com a polícia, nas imagens é possível observar que carro do policial rodoviário passa pela rua e minutos depois ele retorna, passa novamente em frente a câmera e estaciona. Após seis minutos, o travesti abre a porta, sai do carro, deixa um objeto cair no chão, se abaixa para pegar e sai correndo. Após o disparo, Jhon saiu do veículo, pegou um objeto no chão e fugiu do local. Já em outra imagem feita na mesma rua, o travesti aparece andando tranquilamente.
Segundo o delegado, as versões do crime que foram dadas pelo travesti não são verdadeiras. Inicialmente Jhon teria dito aos policiais que, no momento do programa, três pessoas teriam abordado os dois no veículo, matado o policial e roubado a arma. Após a análise das câmeras de videomonitoramento, ficou comprovado que não havia mais ninguém no local do crime, além dos dois. Em seguida, mesmo confessando o crime, ele teria dito que matou o policial porque foi ameaçado de morte por ele.
O crime
O crime aconteceu no dia 30 de março, no bairro Mata da Praia, em Vitória. O corpo do policial João Miguel do Sacramento foi encontrado nu, dentro do carro, com duas perfurações na região da cabeça. Após o crime, a arma do policial sumiu. Após investigações da Polícia Civil, o revólver foi encontrado. Apesar de estar com a numeração raspada, após exame de balística, ficou comprovado que era mesmo a arma usada no crime. O travesti teria vendido a arma por R$ 600 para um suposto traficante, para pagar uma divida de drogas.
Jhon Bener foi apontado desde o começo das investigações como o principal suspeito do crime. Ele foi preso dentro de casa, no bairro Jabour, em Vitória, no dia em que o corpo do policial foi encontrado. Jhon foi autuado por homicídio duplamente qualificado, por não dar chance de defesa para a vítima e motivo fútil.