Polícia

Acusado de matar idosa no Bairro da Penha é condenado, mas poderá passar o dia fora da cadeia

Adriano Bandeira foi condenado a 14 anos pela morte de Djanira Rangel dos Santos. Ela tinha 61 anos na época do crime, ocorrido em janeiro de 2011

Adriano Bandeira foi condenado a 14 anos de prisão, mas cumprirá o restante da pena em regime semiaberto | Foto: TV Vitória

Mais de sete anos após o assassinato da acompanhante de idosos Djanira Rangel dos Santos, o acusado de cometer o crime foi condenado a 14 anos de prisão. No entanto, como Adriano Bandeira já havia ficado preso, em regime cautelar, durante três anos e oito meses, ele cumprirá o restante da sentença em regime semiaberto.

A decisão revoltou os familiares de Djanira, que acreditavam que o acusado continuaria na prisão. "A gente imaginava que ele ficasse pelo menos uns 5 anos preso. A pessoa tira a vida da mãe da gente, um crime cruel, e ele leva 14 anos. Vai dormir na cadeira, mas de dia vai estar solto por aí, tirando a nossa paz, perseguindo a minha irmã. A gente esperava que hoje ele ia ser preso para a gente poder ficar solta. Mas a gente não está solta. A gente está presa ainda", desabafou uma das filhas da vítima, Adriana Rangel.

Adriana afirmou que a família teme sofrer algum tipo de represália por parte do acusado. "Tenho medo por nós todos, porque uma pessoa que teve a coragem de pegar outra pessoa, que tinha o acolhido, e fazer o que ele fez. Ele não matou minha mãe com revólver ou com alguma ferramenta. Ele matou com as próprias mãos. O que essa pessoa é capaz de fazer?", questionou.

"A sensação é de que não existe justiça nessa terra. Eu acreditei que pudesse existir, achei que hoje ia conseguir isso. Mas estão todos desolados. Ele ainda passou por mim pelo elevador com aquele olhar cínico, tipo assim: 'ganhei. Matei sua mãe e estou aqui'. Eu achei que isso ia acabar hoje. Achei que hoje eu ia conseguir enterrar essa dor. Mas, infelizmente, a ferida parece que se abriu mais ainda", lamentou.

Durante o julgamento, ocorrido nesta segunda-feira (06), a acusação do Ministério Público Estadual (MPES) sustentou, a todo momento, que a morte de Djanira não foi acidental. Para a acusação, Adriano tinha intenção de matar a mulher, com quem se relacionava na época do crime.

Logo depois de um intervalo no julgamento, o advogado de defesa de Adriano declarou, diante dos jurados, que a morte de Djanira foi uma fatalidade. O advogado afirma que a morte da idosa ocorreu por causa de um empurrão, no qual a vítima bateu a cabeça, portanto um crime sem a intenção de matar.

O Ministério Público informou que analisará a sentença e que, a partir daí, decidirá se vai recorrer ou não da decisão.

O crime

Djanira foi assassinada em janeiro de 2011, no Bairro da Penha, em Vitória | Foto: Reprodução

Djanira foi assassinada em janeiro de 2011, dentro do apartamento onde morava, no Bairro da Penha, em Vitória. O corpo da vítima, que na época tinha 61 anos, foi encontrado por uma das filhas.

No dia seguinte ao crime, Adriano, na época com 28 anos, se entregou à polícia e alegou que não teve a intenção de matar a vítima. Em depoimento na delegacia, o acusado disse que matou a companheira para acabar com o seu sofrimento.

"Ele alega que a vítima tentou agredi-lo e, quando ele tentou se defender, acabou empurrando-a contra o chão. O acusado disse que tentou pedir ajuda, mas que depois preferiu acabar com o sofrimento dela", explicou na época o delegado Arthur Bogoni.

Djanira estava noiva de Adriano e morava com ele há pelo menos seis meses. A família não aprovava o relacionamento com o rapaz por conta da diferença de idade. Segundo familiares, o suspeito tinha um comportamento muito agressivo.