Transparência da Assembleia apresenta informações contraditórias sobre passagens dos deputados

Por Weverton Campos ([email protected])

O portal da transparência da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), que deveria ser claro e confiável, apresenta inconsistências. No que diz respeito a passagens aéreas adquiridas pelos deputadas estaduais em 2016, e portanto bancadas com dinheiro público, as discrepâncias são verificadas quando se compara a área que informa uso da cota parlamentar, que inclui gastos com passagens, e o espaço que detalha informações sobre os bilhetes – como destino, motivo da viagem, valor da passagem e diárias. Pelo levantamento feito com base nas cotas, a deputada Janete de Sá (PMN) teria sido a que mais gastou com passagens aéreas. Ao todo seriam 12, totalizando nada menos do que R$ 9.002,58. Todavia, ao verificar a área de passagens, a deputada só voou duas vezes: uma a Brasília, para participar de uma reunião para tratar da organização do seminário Mais Mulheres na Política, que custou R$ 247, e outra para Aracaju, para participar da Conferência Nacional da Unale, totalizando R$ 2.052,00, sendo que R$ 456 foram devolvidos pela parlamentar. Em relação a Marcelo Santos (PMDB) também há divergências. Pela transparência, o deputado teria adquirido dez passagens aéreas, totalizando R$ 6.235,36. Já na área de passagens só há duas cadastradas, sendo ambas para Brasília e totalizando apenas R$ 247, já que outros R$ 247 foram devolvidos pelo parlamentar. Marcos Bruno (REDE), pelo registro das passagens aéreas, teria voado apenas uma vez, no mês de abril, para Curitiba. A finalidade foi conhecer projetos e programas na área de resíduos sólidos, com custo de R$ 684,00. Já a transparência da Ales afirma que o deputado fez uso de dez passagens aéreas, totalizando R$ 5.243,56. Falta transparência nesse portal.

Barrou

O superávit apresentado pela Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), em relação a 2016, é maior do que o superávit anunciado pelo governo do Estado. Enquanto Luciano Rezende (PPS) afirma ter R$ 51 milhões em caixa, o Palácio afirma ter R$ 40 milhões. Durante as últimas eleições municipais, o mantra dos opositores de Rezende era de que a Prefeitura de Vitória estava quebrada.

Margem de erro

A margem de erro da PMV para o superávit anunciado é de R$ 3 milhões para baixo (R$ 48 milhões) ou de R$ 2 milhões para cima (R$ 53 milhões). Isso porque, de acordo com o secretário municipal da Fazenda Davi Diniz de Carvalho, podem haver mudanças até 31 de março. No ano passado, a prefeitura da capital virou o ano devendo R$ 83 milhões.

Planos

O PV conta com a eleição do diretor geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES), Enio Bergoli, em 2018 para deputado estadual, além da reeleição de Evair de Melo (PV) para a Câmara dos Deputados. Entretanto, como quer eleger dois nomes para a Ales, o partido comandado por Cidinéia Fontana já vem conversando com algumas lideranças de outros partidos, inclusive com mandato em mãos.

TSE

Durante o chamado recesso forense, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, analisou 114 processos e afastou de uma vez a possibilidade de um segundo colocado assumir prefeitura. A decisão afeta diretamente Adriano Ramos (PMN), que perdeu qualquer possibilidade de ficar à frente do Executivo de Fundão.

Manobra

Anderson Pedroni (PSD), prefeito eleito de Fundão que teve o registro de candidatura indeferido, quer quer os vereadores analisem novamente suas contas referentes a 2011. Na época elas foram rejeitadas e agora serviram de base para sua impugnação. O prefeito eleito teme que o TSE também indefira seu registro e sepulte de vez a possibilidade dele assumir o cargo. Nesse caso, novas eleições seriam convocadas na cidade. Por enquanto, o presidente da Câmara Municipal Eleazar Ferreira Lopes (PCdoB) responde como prefeito.

TCE avisa

Conversas de corredor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) dão conta de que quem muito espalha que quer ficar com uma vaga de conselheiro não costuma levar a bolada. A conferir.