Dinheiro para campanha já causa ruído no União Brasil

O presidente estadual do União Brasil e candidato à reeleição, deputado federal Felipe Rigoni, teve de apagar um incêndio que se criou nas chapas estadual e federal durante o final de semana. O motivo? O dinheiro que chegou para bancar a candidatura de Rigoni, mas que não chegou para os outros candidatos.

De acordo com dados da Justiça Eleitoral, divulgados na página do Divulgacand, Rigoni já tem R$ 960.010,00 para sua campanha, sendo que R$ 700 mil foram repassados pela direção nacional do União Brasil. É justamente essa doação que gerou descontentamento com os demais candidatos, que chegaram a questionar se o acordo de dividir igualmente as doações não seria seguido.

Além disso, uma decisão de reduzir o repasse para os candidatos estaduais também teria gerado insatisfação. A redução teria sido em 30%, ou seja, em vez de R$ 100 mil, os candidatos à Assembleia devem receber R$ 70 mil.

Rigoni admitiu o “ruído”, mas disse que já conversou com as chapas. “O União Brasil, sem avisar, mandou para todos os candidatos, que são mandatários, um valor igual em todo o Brasil. Já para o União Brasil estadual não recebemos nenhum recurso ainda, só os mandatários receberam. Eu não estava nem sabendo, não avisaram, só depositaram. Isso gerou um ruidinho, mas já foi tudo explicado, já está tudo certo”, disse Rigoni.

Segundo ele, os acordos feitos com os candidatos serão mantidos. “Estou, inclusive, prejudicando minha campanha para manter os acordos que eu tinha feito com todo mundo. Eu vou pegar muito menos que eu poderia pegar. Os mandatários poderiam receber o teto, mas vou pegar menos que isso”, afirmou Rigoni.

O teto de gastos para candidaturas de deputados federais no Estado é de R$ 3.176.572,53. Muitos candidatos se filiaram ao União Brasil com a promessa de que teriam condições de igualdade para disputar. O União é a legenda que mais recebeu recursos públicos para financiar as campanhas Brasil afora. Quando se filiarem, porém, Rigoni era pré-candidato ao governo e não à reeleição na Câmara Federal.

Doações generosas

Além dos R$ 700 mil recebidos pelo partido, Rigoni também recebeu a doação de R$ 100 mil do economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga Neto. Bastante ligado ao ex-governador Paulo Hartung, Armínio é sócio-fundador da Gávea Investimentos.

Outros R$ 100 mil também foram doados pelo empresário José Salim Mattar Junior, um dos fundadores da Localiza, empresa de aluguel de automóveis. O empresário já fez parte do governo Bolsonaro, no Ministério da Economia, à frente da Secretaria de Desestatização.

Rigoni também ganhou uma doação de R$ 60 mil, de Marcos Lederman, ligado ao Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP).