Benção de Oxalá, emoção e homem-aranha: Os bastidores da posse de Casagrande

Mãe Iara / crédito: Helio Filho

Pastor, padre e Mãe Iara dão a benção para novo governo

A cerimônia de posse do governador Renato Casagrande (PSB) teve algumas quebras de protocolo. A mais significativa tenha sido, talvez, durante o momento de fala das lideranças religiosas. Estavam previstos, pelo cerimonial, as falas do pastor batista Diego Bravim e do arcebispo de Vitória, Dom Dario.

O pastor levou uma pequena mensagem do livro bíblico de Isaías, afirmando que Deus tinha dado uma segunda chance ao governador. Já Dom Dario falou da necessidade dos líderes políticos serem servidores do bem comum. Ao final chamou o pastor para, juntos, rezarem o Pai Nosso.

A oração estava no final quando Mãe Iara chamou a chefe do cerimonial, Stella Miranda, para dizer que também gostaria de dar uma benção em nome dos povos tradicionais de religiões de matriz africana. A cerimônia foi interrompida, o governador abriu espaço e Mãe Iara, que também é filiada ao PSDB e lidera o Tucanafro, subiu ao microfone.

A religiosa pediu “união e paz”, elogiou o respeito com que o governador tem tratado as religiões de matriz africana e disse que “a luta contra o ódio deve ser constante”. Foi bastante aplaudida. Por último, pediu a benção de Oxalá para o novo governo e acompanhou o restante da cerimônia ao lado de Dom Dario, na primeira fileira. O ato ecumênico gerou elogios de muitos que estavam presentes na plateia.

Posse concorrida

Tanto a cerimônia de posse na Assembleia, onde o governador e o vice, Ricardo Ferraço, fizeram o juramento, quanto à solenidade no Palácio Anchieta, foram bastante concorridas.

Crédito: Dyhego Salazar

Embora tenha sido mais uma solenidade protocolar, a mesa das autoridades na Assembleia tinha representantes dos Poderes, de entidades da sociedade civil, das forças policiais, das Forças Armadas, dos atuais deputados e dos eleitos.

No salão São Tiago, no Palácio Anchieta, que tem espaço para 550 pessoas, foi difícil se locomover. Até o espaço separado para o trabalho da imprensa foi tomado por apoiadores e secretários. Uma galeria foi disponibilizada para acompanhar a solenidade, além do toldo montado na praça João Clímaco, para abrigar 1.500 pessoas.

Ausências notadas

Se por um lado, apoiadores lotaram o Palácio Anchieta, por outro foi sentida a ausência de prefeitos. Nenhum prefeito da Grande Vitória estava presente. O presidente da Amunes, o prefeito de Cachoeiro Victor Coelho, foi chamado para compor a mesa de autoridades na Assembleia e representar os gestores. Porém, outros não foram vistos.

Homem-aranha na posse

Crédito: Helio Filho

Após fazer a revista à tropa, o governador passou cumprimentando apoiadores que estavam na praça João Clímaco, entre eles um “Homem-Aranha” que segurava uma grande bandeira com a foto de Casagrande. O personagem chamou a atenção, principalmente das crianças. No local também eram distribuídas bandeirinhas do Brasil e do Espírito Santo.

No ritmo do congo

Crédito: Helio Filho

Antes de entrar no Palácio Anchieta, Casagrande chegou à banda de congo, que já o aguardava para acompanhá-lo até a escadaria frontal. A banda tocou, entre outras coisas, o jingle da campanha: “Casa, casa, Casão, o meu voto é no 40…” e o governador até ensaiou alguns passos de dança, mas preferiu ficar só nas palmas e com a casaca. Decisão acertada.

Homenagem

Foi feito um minuto de silêncio em homenagem a Pelé e ao papa emérito Bento XVI.

Família: orgulho e emoção

Cauã no colo de Dona Virgínia / crédito: Helio Filho

O pequeno Cauã, de 7 meses, neto do governador, roubou a cena. Muito mais pelo destaque que recebeu durante a posse, já que foi citado pelo menos umas três vezes pelo avô todo orgulhoso.

Casagrande também chegou a se emocionar ao falar da mãe, Dona Anna, que aos 94 anos e com dificuldades de se locomover, não pôde estar presente na posse. Dona Virgínia, primeira-dama, também foi bastante citada pelo governador.

Puxadora oficial de palmas

A ex-vice-governadora e agora secretária Jacqueline Moraes foi chamada pelo cerimonial para “passar o cargo” para Ricardo Ferraço. Mas, sentada na primeira fileira, Jacqueline chamou a atenção por puxar as palmas em praticamente todos os momentos de aplausos durante a cerimônia de posse.

Lado a lado

O ex-secretário de Segurança Pública, Coronel Celante, e o atual secretário, Coronel Ramalho, sentaram lado a lado na cerimônia de posse no Palácio Anchieta.

O Diário Oficial extraordinário, do dia 1º, publicou que Celante foi nomeado assessor especial na Sesp, mas o cargo é provisório. Ele deve assumir uma Subsecretaria a ser criada na pasta.

Uma só voz

As apresentações musicais da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, com a regência do maestro Helder, e com a cantora Elaine Vieira foram um show à parte. Numa das apresentações – “Canto das três raças”, de Clara Nunes –, a plateia acompanhou numa só voz e com palmas.

Deu calo?

Chamou a atenção da coluna uma espécie de calombo visto no sapato de um dos secretários reconduzidos do governo Casagrande.

Ou era um calo, por ter ficado tanto tempo de pé, ou o sapato era de um número muito maior e o suposto calombo era o dedão. Fica a dúvida.