Coronel Celante vai para Subsecretaria que será criada no governo

Coronel Celante / crédito: Sesp

O coronel da PM Márcio Celante, que até o dia 31 de dezembro foi secretário estadual da Segurança Pública (Sesp), vai assumir uma subsecretaria a ser criada no governo. De acordo com o novo secretário de Segurança, coronel Alexandre Ramalho, deve ser criada a Subsecretaria de Comando e Controle, dentro da Sesp, que será comandada por Celante.

“Há a proposta de criação de uma subsecretaria, porque demandou muito a questão do Cerco Inteligente e do reconhecimento facial. Seria a Subsecretaria de Comando e Controle que a gente está querendo criar na Sesp, a exemplo de outros estados que já tem”, explicou Ramalho em entrevista à coluna De Olho no Poder após a posse do governador Renato Casagrande, no último domingo (1º).

Celante foi nomeado, no último domingo, como assessor especial da Sesp, mas essa nomeação é provisória, segundo o novo secretário da Segurança, que explicou como será a estrutura da subsecretaria a ser criada:

“Será uma estrutura que coordenará todas as instituições num ambiente muito melhor do que temos hoje. Embora tenha passado por uma reforma recente, o Ciodes já está ultrapassado, precisa de novas tecnologias, que já existem em outros estados. Estamos falando de um projeto de longo prazo, de obra e tecnologia, a exemplo do que o Corpo de Bombeiro (Cobom) fez”, disse Ramalho.

Com um investimento de R$ 56 milhões, o governo do Estado inaugurou, em setembro de 2021, o Centro de Inteligência de Defesa Civil (Cidec) para aumentar a capacidade de prevenção e resposta a desastres com uso de tecnologia de ponta e a maior integração entre os órgãos.

“A nova subsecretaria vai interagir com as instituições nessa linha de projetos: com o Cerco Inteligente, o reconhecimento facial, o banco de dados da Polícia Civil que a gente precisa agrupar melhor e abrigar essas tecnologias dentro da Sesp”, disse .

Celante e Ramalho na posse de Casagrande

Mudança no comando da PM, PC e Cobom?

Ramalho também foi questionado sobre possíveis mudanças no comando da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. Ele disse que tudo seria avaliado com o governo do Estado mas que, ao menos por enquanto, não estavam previstas trocas dos comandantes. Ele também citou o projeto que reformula a aposentadoria de militares como um possível balizador para eventuais mudanças.

“O governador disse que vai encaminhar à Assembleia em fevereiro o projeto de reformulação da aposentadoria dos militares. Ele deve avaliar a repercussão disso no interior das duas instituições. Tem que ver aqueles que serão promovidos e também desejam ser comandantes. É uma avaliação que tem que ser feita com o governador”, disse Ramalho.

Hoje, o coronel Douglas Caus está à frente da PM; o delegado José Darcy Arruda comanda a Polícia Civil e o coronel Alexandre Cerqueira é o comandante-geral do Corpo de Bombeiros (Cobom). Entre eles, o clima seria de continuidade.

Índices de criminalidade

Algo que pesa a favor da manutenção dos mesmos gestores, principalmente na PM e na PC, são os índices de criminalidade que vêm caindo. O Estado registrou em todo o ano de 2022, 998 homicídios. A marca (menor que mil homicídios) é uma das metas do governo e representa uma redução de 5,9% com relação ao ano de 2021, quando foram registrados 1.061 assassinatos. Das cinco regiões, três (Norte, Noroeste e Serrana) apresentaram queda dos crimes.

Os feminicídios também caíram. Foram registrados 31 crimes dessa natureza no ano passado contra 39 registrados em 2021, uma redução de 20,5%. Questionado se os índices pesariam positivamente para a manutenção da equipe, Ramalho disse que “com certeza”. Por ora, também, não deve ter mudanças no 2º escalão da Sesp, nos postos de subsecretarias.

Câmeras no uniforme dos PMs

O governador Renato Casagrande disse que ainda está analisando se vai ou não acoplar câmeras aos uniformes dos policiais militares. Já Coronel Ramalho disse ser a favor da colocação do equipamento, principalmente após fazer uma visita ao estado de São Paulo, onde a ferramenta foi adotada.

“Eu não vejo problema (na instalação das câmeras). Fiz uma visita a São Paulo e vi que a câmera na farda dos policiais é um potencializador da defesa desses policiais. Num caso específico de perseguição, as imagens geradas pela câmera permitiram a defesa de um policial que atirou num suspeito que estava com um simulacro de uma arma. Se não tivesse a imagem, o policial seria condenado por ter atirado. Eu sou a favor. A gente não tem nada a esconder nas nossas operações”, justificou.