“Não me sinto ameaçada. Meu cargo está à disposição do Presidente”, diz Tebet sobre assédio do Centrão por ministérios

Simone Tebet e Márcio Macêdo no ES / crédito: Thiago Soares

No Espírito Santo para a audiência pública do PPA (Plano Plurianual) Participativo do Governo Federal – que está rodando o Brasil para ouvir sugestões sobre as obras federais prioritárias em cada estado – a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), disse não se sentir ameaçada no cargo por conta do assédio do Centrão por ministérios principalmente comandados por mulheres.

Foi oficializada nesta quinta-feira (13) a troca no Ministério do Turismo – sai Daniela Carneiro (União-RJ) para a entrada de Celso Sabino (União-PA). Também há pressão pelas pastas comandadas por Ana Moser (Esporte), Nísia Trindade (Saúde), além dos constantes movimentos de esvaziamento no Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva (Rede), e a pasta dos Povos Indígenas, liderada por Sonia Guajajara (Psol).

Durante a coletiva de imprensa antes do evento, ao ser questionada como via o assédio do Centrão e se estaria se sentindo ameaçada, Tebet negou. “Começar dizendo que ameaçada, não. Meu cargo está à disposição do presidente Lula a qualquer momento e não pode ser diferente, afinal, ele é o presidente da República”.

Ela contou que após anunciar o apoio ao presidente Lula, na campanha para o segundo turno no ano passado, quando Lula a chamou para conversar, ela não pediu ministério, mas apresentou cinco pontos do seu programa de governo e pediu para que Lula os incorporasse.

“Eu acabei aceitando o ministério no segundo tempo da prorrogação. Dia 27 de dezembro eu sentei com o Presidente e disse: ‘Presidente, eu estou aqui pela democracia e para ajudar o governo’. Então, eu tenho que cair quando for ineficiente ou não for boa para o governo dele”, disse a ministra.

Ela disse ainda que Lula já incorporou três dos cinco pontos que ela apresentou. “Dos cinco, três já foram cumpridos e um deles é igualdade salarial entre homens e mulheres no mesmo cargo e na mesma função, que era um sonho da minha vida toda como política (…) A dívida com as mulheres brasileiras é imensa, Lula sabe disso. Sabe disso quando colocou o maior volume de mulheres em seus ministérios, sabe disso quando tem políticas específicas para as mulheres brasileiras”.

A ministra disse acreditar ser uma “coincidência” o fato de alguns partidos pedirem ministérios comandados por mulheres e afirmou que Lula, caso dê início a uma reforma ministerial, saberá “compensar” a participação feminina em outros postos.

“Acredito ser uma coincidência a pedida de alguns partidos por ministérios que tenham mulheres. O presidente Lula tem sensibilidade, compromisso com as mulheres brasileiras e com as mulheres que fazem política, e ainda que se tenha que fazer alguma alteração, e se a fizer, ele vai compensar de outras formas. Nós temos inúmeros cargos tão importantes quanto ministérios, seja em secretarias executivas, em autarquias, em empresas públicas (…) O presidente Lula vai saber compor ou recompor esse quadro de ministros colocando as mulheres em posições-chave do seu governo”, disse a ministra.

Sobre o fato do governo muitas vezes ceder à pressão do Centrão, Tebet explicou: “Em relação a esse assédio, nós não temos maioria no Congresso Nacional, nós reconhecemos isso. Mas ao mesmo tempo reconhecemos que estamos num momento favorável. Não poderíamos imaginar que em menos de seis meses de governo, a tão sonhada Reforma Tributária, que há 30 anos se discute no Brasil fosse aprovada. Temos partidos que querem se somar conosco e isso faz parte da democracia, desde que seja tudo às claras, com transparência, à luz do dia, deve ser feito”.

A ministra também falou sobre a Reforma Tributária aprovada e disse que o Espírito Santo não será prejudicado. O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, também veio ao Estado para a audiência do PPA.

 

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