Após ser abrigo de Audifax por 7 anos, Rede vai apoiar grupo de Vidigal na Serra

Laís e Weverson: aliança para as eleições de outubro

Na próxima quinta-feira (25) a Rede Sustentabilidade fará um evento de formação para os seus filiados e pré-candidatos a vereador. O evento é o pontapé inicial para a pré-campanha da chapa proporcional, mas não só isso.

A Rede também vai anunciar apoio à pré-candidatura de Weverson Meireles (PDT) à Prefeitura da Serra. Tanto ele quanto o prefeito Sergio Vidigal (PDT) – além de outras lideranças pedetistas – foram convidados para o evento, que irá selar a aliança da Rede com o PDT.

A parceria chama a atenção porque embora nacionalmente os dois partidos até caminhem juntos, na Serra, até 2022, as duas legendas foram adversárias. Foram sete anos em lados opostos disputando eleições.

Isso porque a Serra abrigou, por sete anos, o ex-prefeito Audifax Barcelos – hoje no PP –, que foi a maior liderança que o partido já teve no Estado. Foram pelo menos quatro embates – dois diretos e dois indiretos – entre a Rede, então de Audifax, e o PDT, de Vidigal.

Em 2016, Audifax, na Rede, venceu Vidigal e conquistou a reeleição, numa campanha dramática (a do famoso “Tô vivo”), em que o prefeito passou boa parte do período internado num hospital. Embora Vidigal tenha passado para o segundo turno com vantagem, Audifax o venceu.

Em 2018, Audifax apoiou o ex-vereador Guto Lorenzoni à Câmara Federal contra Vidigal, que também se candidatou a uma das 10 cadeiras da Câmara. Nessa, Vidigal levou a melhor, conquistando a vaga.

Em 2020, mais uma vez, Rede e PDT ficaram em lados opostos na disputa pela Prefeitura da Serra. Como já estava em seu segundo mandato consecutivo, Audifax apoiou o então vereador Fábio Duarte (Rede) para ser seu sucessor e ele disputou contra Vidigal. Os dois foram para o segundo turno e Vidigal foi eleito.

Em 2022, Audifax foi candidato, pela Rede, ao Palácio Anchieta. E fez uma oposição ferrenha ao governador Renato Casagrande (PSB), que contou com o apoio de Vidigal. Aliás, durante a campanha, Serra foi um dos municípios mais visitados por Casagrande, sempre ao lado de Vidigal, por ser o maior município e colégio eleitoral do Estado e por conta da influência de Audifax.

Audifax na campanha de 2022

O ex-prefeito, porém, terminou a disputa em terceiro lugar na votação na Serra, perdendo para Casagrande (em 1º) e para Carlos Manato (PL), que ficou com a segunda maior votação no município.

No segundo turno de 2022, Audifax deixou a Rede e declarou apoio a Manato. A Rede anunciou apoio a Casagrande e faz parte da gestão com a presença da porta-voz (presidente) estadual da Rede, Laís Garcia, à frente da Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp) – autarquia do governo que é ligada à Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger).

Entrada na gestão Vidigal

Em outubro do ano passado, a Rede fez outro movimento. O partido se aproximou da gestão de Vidigal e indicou Macaciel Breda, que também é porta-voz da sigla, para ocupar o posto de subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo na Serra.

A indicação no 2º escalão da administração selou a aproximação, mas o casamento mesmo vem agora, com o anúncio do apoio a Weverson para a disputa municipal. E é grande a possibilidade da Rede estar, agora, do lado oposto ao do seu ex-filiado Audifax Barcelos.

“Nosso apoio a Weverson se dá por questão programática”, disse Laís à coluna De Olho no Poder. Ela foi colega de Weverson no governo do Estado – ele já foi secretário estadual de Turismo – e disse que há “sinergia” com o PDT, ao ser questionada sobre estar, na próxima eleição, apoiando a sigla.

“Audifax e Vidigal têm a história deles. O que é importante destacar é que a Rede, a nível nacional, sempre esteve em movimentos em prol da democracia, com vários partidos, incluindo o PDT. Então, a Rede sempre esteve em diálogo com o PDT”, afirmou.

Laís também citou um episódio recente em que Vidigal convidou, publicamente, Audifax para conversar sobre as eleições – isso ocorreu no lançamento da pré-candidatura de Weverson Meireles – e Audifax topou. O encontro, porém, ainda não ocorreu mas há uma chance dos dois estarem do mesmo lado em outubro.

E a federação?

A Rede, como partido, não caminha sozinha. Ela é federada ao Psol e o apoio a uma candidatura majoritária para partidos federados deve ser em consenso. Ou seja, não só a Rede, mas a federação precisa tomar essa decisão.

Laís também é presidente, no Estado, da federação Rede-Psol e disse que já está marcada uma reunião para semana que vem para discutir com o Psol sobre o apoio a Weverson.

“A reunião da próxima semana vai definir isso. Hoje, como presidente da federação, não posso dizer que a federação apoia o Weverson, mas tudo indica que estaremos juntos”, avaliou.

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