Terceirizados do governo do DF fazem 'apitaço' em frente à sede da Caixa
Brasília - Quem passou na manhã desta segunda-feira, 19, em frente à sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília, escuta um "apitaço" promovido por cerca de 100 trabalhadores terceirizados que estão em greve. De acordo com a diretora do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviços e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços-DF), Maria dos Remédios da Silva Madeira, a decisão de fazer a manifestação na frente da instituição foi para chamar a atenção do governo, dos empresários e da população. O movimento, segundo ela, no entanto, é maior, já que abrange todas as categorias que estão paradas no DF.
A manifestação, de acordo com a diretora do sindicato, reúne mais de 300 pessoas, que estão espalhadas pela região do setor bancário de Brasília. O governo do Distrito Federal passa por um grave problema de atraso de pagamento de funcionários em várias áreas e também de não repasse de verbas a serviços prestados por empresas terceirizadas. De acordo com a equipe do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), não há caixa deixado pela gestão anterior, de Agnelo Queiroz (PT).
A decisão dos trabalhadores de cruzar os braços foi tomada no último dia 15. Na sexta-feira, 16, um grupo já se reuniu em frente à Caixa, mas hoje o movimento ganhou mais força. São garçons, recepcionistas, carregadores, copeiros e ascensoristas, entre outras categorias. "O movimento aqui na Caixa reúne profissionais de toda Brasília", disse Maria dos Remédios. De acordo com ela, foi sugerido até que o movimento "fizesse barulho" em frente às sedes das empresas para as quais trabalham, mas a sindicalista salientou que muitas das empresas que fornecem serviços nem sempre estão instaladas no DF.
O principal motivo para o movimento, conforme Maria dos Remédios, é o desentendimento entre as partes sobre o reajuste salarial. A última proposta dos empresários, segundo a diretora, foi de aumento de 8% dos salários e 1,6% de tíquete refeição. "É uma vergonha", resumiu. O reajuste proposto, no entanto, é maior do que o IPCA de 2014, que encerrou em 6,41%.