'Temos que fazer tudo até maio', diz líder do PT sobre reformas do governo
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff pediu diálogo e rapidez aos líderes da base aliada na Câmara na reunião desta segunda-feira, 16, e fez um apelo pelo apoio da base nas reformas e no convencimento dos parlamentares para aprovar a CPMF, de acordo com o relato do líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE). "A palavra de ordem é rapidez no diálogo; temos que fazer tudo até maio", afirmou.
O líder do governo disse que Dilma destacou que é preciso iniciar o debate das grandes reformas e que se falou da "urgência" da reforma da Previdência e da CPMF. "A CPMF é a prioridade das prioridades", afirmou.
De acordo com o petista, os parlamentares mostraram disposição de fazer "um pacto pelo crescimento". "Vamos trabalhar em não aumentar despesas e evidentemente tem que aumentar receitas", afirmou.
Segundo Guimarães, a presidente se mostrou aberta para receber sugestões tanto no caso das reformas como em ideias para aqueles que são contra a CPMF. "É proibido proibir. Todas as ideias serão levadas em consideração."
Guimarães disse ainda que o Planalto tem feito a sua parte para economizar e que este "não é o governo da gastança". "Nenhum outro governo cortou tanto na própria carne para economizar", disse. "Aprovando a CPMF tudo ficará mais fácil para o equilíbrio fiscal do país", completou.
De acordo com o líder do governo, a presidente iniciou um "novo ciclo" na sua relação com parlamentares a partir de sua ida ao Congresso no começo do mês e ficou acertado que haverá um ciclo de debates sistemático entre Planalto e parlamentares. "O eixo central da reunião foi: governabilidade, trabalhar pelo encerramento da instabilidade política e votar as matérias importantes para o País", disse Guimarães.
O novo líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), afirmou que toda a fala da presidente foi no sentido de que é preciso a união de todos para que o País volte a crescer. "A prioridade nacional é a saída da crise. Por isso nós vamos conversar não só com a base, mas também com a oposição", disse o deputado.
Fora da pauta
Guimarães afirmou que não se tocou no assunto do impeachment da presidente.
O líder do governo afirmou ainda que não foi tema da reunião a eleição da liderança do PMDB, marcada para amanhã. O Planalto é a favor da recondução do atual líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) e o ministro da Saúde, Marcelo Castro, pode inclusive se licenciar para votar no deputado fluminense, que disputa com Hugo Motta (PMDB-PB) - apoiado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Eleição de líder de bancada não é assunto de governo", disse Guimarães.