Política

Tensão nas ruas e negociações de última hora são destaque na imprensa estrangeira

Redação Folha Vitória

São Paulo - A imprensa internacional tem destacado dois aspectos principais durante os debates na Câmara dos Deputados brasileira horas antes do início da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff: as negociações de última hora no Legislativo e a tensão nas ruas. No "New York Times", uma reportagem especial dá ênfase à perda de apoio da líder petista entre seus eleitores antes mais fiéis. "Uma economia em declínio e um escândalo de corrupção arrasaram sua popularidade", afirma o texto.

O "Washington Post" destaca as negociações de última hora na Câmara, com os dois lados "fazendo lobby de forma furiosa" para influenciar os deputados que ainda não se decidiram ou não anunciaram publicamente suas preferências. Sobre as concentrações de rua pró ou contra o impeachment, o jornal avalia como frutos de "um momento emocionalmente carregado" para o País.

Na Argentina, o Clarín afirma que o clima entre os parlamentares oscila "do entusiasmo de alguns à cautela de outros". A reportagem cita uma entrevista com a deputada Luciana Santos, de Pernambuco, presidente nacional do PCdoB. "Vão (a oposição) tentar romper o regimento interno da Câmara para instaurar processos completamente atípicos", disse a parlamentar à reportagem do jornal argentino.

O clima tenso nas ruas é o destaque principal do italiano La Repubblica. O jornal também cita as negociações e a "convulsão" dentro da Câmara, referindo-se ao princípio de tumulto no plenário durante a madrugada, quando deputados contra e a favor da destituição da presidente trocaram empurrões e ofensas.

O El País, da Espanha, mantém uma cobertura ao vivo do dia no Brasil. Entre os destaques, um texto do analista Juan Arias sobre a "figura maquiavélica" de Eduardo Cunha e imagens das manifestações de rua durante o "dia mais importante no Brasil".