Política

'Todo dia nos perguntamos: quem vai cair hoje?', diz Dilma

A presidente afastada foi questionada sobre a saída do terceiro ministro do governo Michel Temer por causa das investigações da Operação Lava Jato

Redação Folha Vitória
Dilma em cerimônia do Minha Casa, Minha Vida, quando ainda era presidente da República Foto: Reprodução Facebook

Recife - Questionada sobre a saída do terceiro ministro do governo Temer por causa das investigações da Operação Lava Jato, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou na tarde desta sexta-feira, 17, que "todo dia nós acordamos e nos perguntamos: quem vai cair hoje?", em discurso feito na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife.

Citado em delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pediu ontem demissão do Ministério do Turismo. Nos 35 dias de gestão interina do peemedebista caíram também Romero Jucá, ex-titular do Planejamento, e Fabiano Silveira, que chefia a pasta da Transparência. Os dois deixaram o governo em razão da divulgação de gravações feitas por Machado que mostravam a discussão sobre medidas para barrar a Lava Jato.

Dilma reiterou críticas ao governo Temer e acrescentou que "eles não venceram, são interinos". A presidente afastada é alvo de um processo de impeachment em análise no Senado por ter, segundo os autores do pedido do procedimento, o jurista Miguel Reale Jr. e a advogada Janaina Paschoal, autorizado manobras contábeis para melhorar artificialmente as contas públicas e, ainda, pela edição de uma série de decretos que resultaram na abertura de créditos suplementares.

Na quinta-feira, 16, em Salvador, Dilma declarou que Temer "está desmontando tudo" ao ser abordada sobre novos limites de gastos em saúde e educação apresentados pela equipe econômica do governo interino. "Estão desmontando tudo e tentando esconder que deram um golpe", disse ela. Ao discursar no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, Dilma afirmou que o governo Temer pratica o "desmonte" valendo-se de programas que não passariam pelas urnas.