Política

Boulos critica alianças de outros partidos de esquerda nos Estados

"Existe diversidade na esquerda, felizmente. Nesse campo, não há pensamento único. Diferenças, inclusive, na forma como se constrói alianças", disse

Redação Folha Vitória

O presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos, disse nesta terça-feira, 7, que há diversidade na esquerda "felizmente", mas criticou alianças dos outros partidos de esquerda, PT, PDT e PSB nos Estados. Ele evitou, contudo, atacar a coligação do PCdoB com o PT no âmbito nacional

"Existe diversidade na esquerda, felizmente. Nesse campo, não há pensamento único. Diferenças, inclusive, na forma como se constrói alianças", disse o candidato, após participar do evento GovTech, em São Paulo.

Questionado sobre quais alianças, ele citou Ceará, Pernambuco e Alagoas. Na primeira, o PT lançou Camilo Santana como candidato ao governo, com a vice do PDT - cujo candidato ao Planalto é Ciro Gomes. Em Pernambuco, o PT abriu mão da candidatura da vereadora Marília Arraes para apoiar Paulo Câmara (PSB) na reeleição. Já em Alagoas, o PT decidiu apoiar Renan Filho (MDB) para o governo do Estado.

"Eu não acho razoável, depois de tudo que aconteceu no País, (com o) desastre que é o governo Temer, voltar a fazer aliança com o MDB, por exemplo. Eu não acho razoável num momento como esse fazer aliança com o Centrão, do Eduardo Cunha. Existem diferenças e elas são legítimas", completou.

O candidato do PSOL evitou criticar, por outro lado, a aliança entre PCdoB e o PT, no plano nacional, com Manuela D'Ávila e Fernando Haddad numa chapa que eles brincam de triplex, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato.

"Acho que a Manuela tem todo o direito de fazer isso. Respeito a Manuela, como tenho respeito pelo PT, respeito pelo Ciro. Tiveram uma percepção de que é necessário unir as candidaturas. Respeito essa decisão da Manuela e não condená-la. Nossa opção é diferente", declarou, reforçando seu posicionamento em defesa da candidatura do ex-presidente Lula.

'Bolsonaro não consegue juntar lé com cré'

O candidato voltou a citar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e avaliou que ele deve "murchar" quando a campanha começar. Segundo disse, sua campanha é feita com base no medo, mas que quando começarem a discutir propostas, a postura do adversário fará com que ele perca votos.

"Bolsonaro não consegue juntar lé com cré. Bolsonaro não tem nenhuma proposta para o Brasil. Foi deputado 27 anos e apresentou 2 projetos. Quando começar a campanha eleitoral de verdade, a gente colocar a bola no chão e começar a debater, não pautado no medo, não pautado pela intolerância, pelo ódio, mas pautado por propostas e por ideias, essa farsa não se sustenta", disse.