'Perseguimos padrão internacional', diz Hartung sobre ranking de eficiência dos estados
O Espírito Santo aparece em terceiro lugar no ranking nacional, sendo considerado eficiente no que se refere à gestão
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, comentou sobre a posição do Estado no Ranking de Eficiência dos Estados, lançado pela Folha de São Paulo juntamente com o Datafolha. No ranking, o Espírito Santo aparece em quarto lugar, sendo considerado eficiente no que se refere à entrega de educação, saúde, infraestrutura e segurança à população com pouco recurso financeiro.
Segundo a Folha, o ranking considera 17 variáveis agrupadas em 6 componentes para calcular a eficiência na gestão dos estados. A pontuação é feita em uma escala de 0 a 1, sendo considerados ineficientes os estados abaixo de 0,333, pouco eficientes os estados de 0,333 a 0,428, com alguma eficiência os estados de 0,429 a 0,499, e eficientes os estados com pontuação a partir de 0,500.
O Espírito Santo pontuou 0,574, dividindo a quarta colocação no ranking com Pernambuco e ficou atrás apenas de Paraná, 3º colocado, São Paulo, 2º, e Santa Catarina, 1º. Hartung disse, em entrevista exclusiva à jornalista Andressa Missio, da Rede Vitória, que há motivos para comemorar o posicionamento do Estado perante às demais 27 unidades federativas do Brasil.
"Tem motivo para comemorar? Sim. Precisamos avançar mais? Claro que precisamos. O ranking que perseguimos não é o nacional, mas sim o internacional, por exemplo na educação. O que a gente pensa para a educação no Espírito Santo é que o Estado passe a ter padrão de qualidade na sua rede pública e que ela seja referência no Brasil, mas que tenha a capacidade de competir com os países desenvolvidos no mundo", disse o governador.
Leia abaixo a entrevista com o governador
Andressa Missio: Quatro pontos principais norteiam o ranking: saúde, educação, infraestrutura e segurança. Como que a gente pode avançar a partir desse momento?
Paulo Hartung: Ali no ranking, o que tem são rodovias... Nós estamos com uma boa avaliação, vamos melhorar a cada ano, estamos contratando uma operação nova de crédito com com o banco interamericano focado na melhoria das atuais rodovias pavimentadas do Estado e saneamento. A ferrovia não está no ranking, mas, de qualquer forma, estamos brigando. Acho que evoluímos na negociação com a Vale para fazer o ramal ferroviário até Ubu. Evidentemente que o nosso sonho é o ramal ferroviário até Açu, no Rio de Janeiro, para interligar a estrutura portuária dessa região ao Brasil central.
Andressa Missio: Segurança é um ponto delicado para o Espírito Santo. É claro que não se compara ao Rio de Janeiro, nosso estado vizinho, mas é um ponto delicado e nosso estado ficou abaixo da média, em relação aos outros estados. O que precisa melhorar para que não tenhamos tantos feminicídios, tantos arrombamentos...?
Paulo Hartung: Acho que estamos melhorando. Estou me baseando pelos números. Nós estamos há 8 anos em queda de homicídio. Tivemos um pico de homicídio durante a greve da Polícia Militar, que foi um ato ilegal e inconstitucional praticado no Espírito Santo. Mas enfim, tivemos um pico ali. Nós retomamos esse trabalho. Estamos evoluindo na área de segurança pública. Evidentemente que não podemos cruzar os braços, nem comemorar, porque tem muito o que fazer ainda em uma matéria como esse, mas não é um desafio do Espírito Santo, é um desafio nacional, que está ligado ao comércio de drogas e aonde tem drogas, tem armas.
Andressa Missio: Uma preocupação que foi tema desse ranking de eficiência dos estados, é aposentadoria dos servidores públicos, há expectativa de que metade está para se aposentar. Como está o Espirito Santo?
Paulo Hartung: Estamos bem, mas precisamos ter cuidado, pois essa conta cresce a cada ano em uma progressividade muito forte. Portanto, precisamos ter muito cuidado.
Andressa Missio: Nós estamos falando de eficiência. Eficiência é você atender mais a população com menos recurso. Mas o recurso está cada vez mais escasso, não só para o Espírito Santo, mas para todos os estados. Como se lida com isso?
Paulo Hartung: Existem dois problemas. A folha de ativos compromete parte grande desse recurso e a folha de inativos também abocanha parte significativa desse dinheiro. Por isso que precisa ter uma gestão muito cautelosa. Evidentemente que o desafio, a cada ano, é um desafio de ter muita atenção com a despesa, principalmente quando você contrata decisões político-administrativas que significam despesa continuada no caixa do governo.