Política

PGR não tinha sido vista com tanta rapidez até hoje, diz advogado de Lula

O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos defensores do petista, disse nesta quinta-feira, 16, que não tinha visto a PGR ser "tão rápida até hoje"

Redação Folha Vitória
Raquel Dodge encaminhou ao TSE uma certidão expedida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que em janeiro deste ano aumentou a pena de Lula para 12 anos (Foto/reprodução)

Um dia depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) contestar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos defensores do petista, disse nesta quinta-feira, 16, que não tinha visto a PGR ser "tão rápida até hoje".

"A gente não tinha visto a Procuradoria ser tão rápida até hoje, né? Mas o advogado nunca pode reclamar contra a celeridade do Judiciário, a gente só acha que quem sabe se houvesse essa rapidez em todos os casos, o estoque de processos do Brasil estaria zerado", disse Casagrande Pereira a jornalistas, depois de acompanhar a sessão plenária do TSE desta quinta-feira.

Menos de uma hora depois de o pedido de registro de Lula ser definido por sorteio e encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, Raquel Dodge apresentou na última quarta-feira. 15, uma impugnação à candidatura do ex-presidente.

Raquel Dodge encaminhou ao TSE uma certidão expedida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que em janeiro deste ano aumentou a pena de Lula para 12 anos e um mês de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Por essa condenação, Lula está enquadrado na Lei da Ficha Limpa e, portanto, inelegível, destacou Raquel Dodge.

Procurada pela reportagem, a assessoria da PGR não havia se manifestado até a publicação deste texto sobre as declarações do advogado.

Certidão

Ao formalizar o pedido de registro de Lula, o Partido dos Trabalhadores encaminhou ao TSE quatro certidões criminais de Lula fornecidas pela Justiça Federal e Estadual (de primeiro e segundo grau) de São Paulo ao oficializar o registro de candidatura do petista ao Palácio do Planalto, deixando de prestar informações sobre o processo do tríplex do Guarujá, que o deixa inelegível.

"A resolução do TSE (sobre o tema) é expressa: você tem de juntar a certidão do domicílio eleitoral. A gente juntou todos os documentos e a gente sabia que a Procuradoria ia informar a condenação em segundo grau. O ônus é da Procuradoria", comentou Casagrande Pereira.

"Pergunte se o pedido de registro de candidatura do Ciro, do Bolsonaro e do Alckmin tem certidões de outros locais que não o do domicílio eleitoral", completou o advogado de Lula.

Ofensiva

Segundo o defensor de Lula, a equipe jurídica do petista ainda está avaliando se tentará nesta quinta-feira afastar a inelegibilidade do ex-presidente no Superior Tribunal de Justiça (STJ), iniciando, portanto, uma ofensiva jurídica simultânea enquanto o pedido de registro tramita no TSE.