Raquel: em 9 meses, foram abertos 904 procedimentos de cooperação internacional
De setembro de 2017 a junho deste ano, foram abertos 904 procedimentos de cooperação internacional no Ministério Público Federal, entre pedidos feitos e recebidos pelo País, de acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Do total, 667 procedimentos têm natureza criminal e 37,6% estão relacionados à Operação Lava Jato. A parceria envolve 74 países.
A informação foi apresentada pela chefe do Ministério Público Federal nesta segunda-feira, 6, durante o evento "Diálogos: A Cooperação Internacional no Combate à Corrupção". O evento, que teve início nesta segunda e terminará nesta quarta-feira, 9, reúne membros de países integrantes da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos (Aiamp) e tem como objetivo o compartilhamento de experiências no combate à corrupção.
Ao abrir a reunião de trabalho neste primeiro dia de evento, Raquel Dodge ressaltou a importância da cooperação internacional para acesso a provas, pessoas e bens. "Sem ela, a corrupção é enfrentada de modo parcial e certamente não terá dificuldade em se reorganizar em outros territórios", disse.
"Há séculos práticas criminosas ignoram fronteiras geográficas. Todavia, avanços tecnológicos acentuam os efeitos da globalização. É preciso, pois, que a cooperação internacional se modernize e adote idênticas ferramentas."
Presente no evento, a presidente da Aiamp, Kenia Porcell, que também é procuradora-geral do Panamá, elogiou a Lava Jato e citou que em todos os países há, em alguma medida, sistemas corruptos. "O Panamá aprende com vocês e tem aprendido muito com a Operação Lava Jato. O elemento fundamental é trabalhar em equipe e representarmos uma sociedade que a cada dia exige mais", disse.
Organizado pela Secretaria de Cooperação Internacional do MPF, o evento terá painéis de debate nos dois primeiros dias, de acordo com a Secretaria de Comunicação Social da PGR. Serão discutidos, entre outros temas, a cooperação internacional no âmbito da Operação Lava Jato e no combate à corrupção transnacional, rastreamento de ativos e redes de cooperação jurídica.