Política

Temer é "bola de ferro" no pé de Alckmin, diz Haddad

Redação Folha Vitória

O candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad, afirmou que acredita que a disputa ao Planalto no segundo turno ocorrerá entre o representante de sua sigla e o PSDB, desde que Geraldo Alckmin consiga se desvencilhar da ligação com o governo de Michel Temer.

Segundo Haddad, que deverá ser cabeça de chapa do PT caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se torne inelegível, o programa de governo de Alckmin é igual ao "Ponte para o Futuro", base da administração Temer. "O Alckmin tem duas dificuldades. Uma é a existência do Bolsonaro, e outra é essa bola de ferro no pé do governo Temer", disse, em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, no início da madrugada desta segunda-feira, 20.

Questionado mais uma vez se apoiaria uma candidatura do PSDB no segundo turno caso a disputa ficasse entre o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, e o tucano, Haddad repetiu que acha "impossível" essa hipótese, porque o "Alckmin só cresce às custas do Bolsonaro." Ele disse, contudo, que acredita que um deles estará no segundo turno.

Haddad completou que só estaria disposto a conversar com o tucano caso ele desistisse do programa econômico similar ao Temer. "Se somos oposição do Temer, como vamos apoiar candidato que subscreve o programa de Temer?" Na semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) não descartou uma aliança entre PT e PSDB caso Bolsonaro vá para o segundo turno.

O petista ainda provocou os adversários, dizendo que não o querem no debate porque tem um currículo que "eles não estão à altura de criticar". "Desafio qualquer um desses adversários. Eles não querem debater com o Lula nem comigo. O Lula eu entendo, ele jantaria todos. Por que não me querem nos debates? Estão com medo de mim?". Haddad não foi aceito como representante da chapa petista nos dois debates entre presidenciáveis que já ocorreram - na Band e na RedeTV!.

Quanto ao candidato Ciro Gomes (PDT), o ex-prefeito de São Paulo disse que não será "agressivo" com ele, e que o PT queria os pedetistas em sua chapa. Ele classificou de injusta a frase em que Ciro disse que o PSB e o PDT são a "esquerda limpa", sugerindo que o PT era faria parte da suja.