Política

'Se ganhar, nós vamos fazer diferente', diz Marina sobre relação com Congresso

Ela disse acreditar que o Congresso vai mudar e que "não aceita a tese de que essa realidade é fixa"

Redação Folha Vitória

A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, disse nesta segunda-feira, 3, após participar do Exame Fórum, na capital paulista, que "não é do tipo que acha que é assim mesmo", quando questionada sobre como governar com o Congresso. Lembrou ainda da ditadura militar, quando havia aqueles que resistiam e, como ela, acreditavam que a situação poderia mudar.

Com um partido na coligação, o PV, e apenas dois parlamentares, Marina disse acreditar que o Congresso vai mudar e que "não aceita a tese de que essa realidade é fixa". A título de exemplo, ela comparou o momento com a ditadura militar, em que "jovens e intelectuais sonhadores" e também acreditaram que poderiam mudar esta realidade.

"Na época da ditadura militar, quando muitos (jornalistas) não conseguiam fazer suas matérias, eram censurados, se alguém dissesse 'é assim mesmo, não tem como mudar, a ditadura nunca vai acabar', ainda bem que existiam jovens sonhadores, intelectuais sonhadores, mulheres e homens que resistiram", disse a candidata. "Eu não sou do tipo que acha que é assim mesmo. Se ganhar, nós vamos fazer diferente", completou.

Centrão

Marina fez uma nova critica à política de alianças de Geraldo Alckmin (PSDB). No evento, a ex-senadora disse que não adianta dizer que terá "tolerância zero" com corrupção e ainda assim se aliar a corruptos na disputa eleitoral.

"Digo desde 2014 que proposta sem propósito é o que não falta (na campanha). Não há propósito nenhum dizer que terá zero tolerância com corrupção e se juntar a corruptos, por exemplo", disse a candidata. "Tolerância zero" é o termo que aparece no programa de governo do PSDB quando o tema é corrupção.

Marina ainda criticou, de forma velada, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao comentar como a classe política tem criado consensos, como a necessidade de investir em educação e combater a corrupção, mas não transformá-los em ação efetiva. "Por isso reafirmo a necessidade do debate. Quando não se debate, o que prosperam são as propostas mirabolantes, que dizem que vão resolver tudo na base da força, da bala", afirmou. "Quem não tem tolerância pelo debate cultiva o terreno das ações autoritárias."

Vice

Após a declaração de Marina a jornalistas, o candidato a vice na chapa, Eduardo Jorge (PV), afirmou que acaba de voltar de Pacaraima, fronteira de Roraima, região de passa por uma crise de refugiadas.

"A questão crucial é que os outros 26 Estados acordem. Estados poderosos como São Paulo, Minas, Bahia. Não é possível Estado pequeno (Roraima) esteja fazendo toda a solidariedade", criticou. Segundo conta, a campanha está elaborando uma carta sobre a situação para ser entregue, possivelmente, para o presidente Michel Temer.

Ao final, entregou uma abóbora à candidata. Segundo conta, foi um presente das tribos Macuxis e Wapixanas, de Roraima, para a presidenciável.