Taxação de combustíveis fósseis em Goiás será estudada, diz Perillo
São Paulo - O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), defendeu nesta segunda-feira, 17, a sobretaxação de combustíveis fósseis como gasolina e diesel, a exemplo do que acontece na comercialização de cigarros.
Após participar de conferência na zona sul da capital paulista que reuniu empresários da indústria de etanol, Perillo prometeu estudar o aumento de impostos estaduais sobre os combustíveis fósseis. Também informou durante o fórum que vai encaminhar um pedido para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomende a sobretaxação de combustíveis desse tipo.
"Não entendo como a OMS até hoje não recomendou uma taxação sobre combustíveis fósseis pelo mal que eles fazem à saúde e ao meio ambiente", afirmou Perillo ao discursar na abertura da conferência, sendo, nesse momento, aplaudido pelos presentes. "Como governador, começarei propondo à OMS medidas severas em relação àqueles que colaboram com a contaminação do planeta com emissões de gases tóxicos", acrescentou.
Mais tarde, Perillo afirmou a jornalistas que, embora possa sobretaxar os combustíveis em seu Estado, a petição à OMS será o primeiro passo.
"Creio que temos que começar na OMS. É preciso que a OMS tenha políticas isonômicas se ela quer realmente um mundo sustentável", assinalou o governador, que comanda o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do País, atrás apenas de São Paulo. "A OMS tem políticas duras a produtos que não são bons à saúde e ao meio ambiente. Chegou a hora de sermos mais agressivos, propondo que produtos que poluam possam ter alíquotas maiores", acrescentou.
Durante seu discurso, Perillo fez críticas pesadas ao uso do petróleo, que, segundo ele, financia atividades terroristas. Citou, nesse ponto, estimativa da ONU de que o Estado Islâmico faturou, em 2014, US$ 1,6 milhão por dia com venda de petróleo. Ele lembrou ainda que, desde 2000, o Brasil teve que desembolsar US$ 156 bilhões na importação de petróleo, sendo mais de US$ 70 bilhões em gasolina e diesel. "Gastamos 70 bilhões para piorar a temperatura e o ar que respiramos."
Ao ser questionado se o aumento da Cide, o tributo sobre combustíveis, seria a saída para reforçar o caixa do governo federal, Perillo comentou que o encargo foi importante para dar competitividade ao etanol e garantir investimentos em infraestrutura. "Num País onde temos tanta escassez de recursos para infraestrutura, a Cide foi efetivamente um sopro positivo nessa direção."
Como presidente do consórcio de governadores da região central do Brasil, Perillo adiantou ainda que vai propor que o etanol seja um dos produtos a terem alíquota comum no comércio entre os membros desse bloco, formado por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Goiás e Distrito Federal.