Política

Temer não deu a entender que houve encontro bilateral com Putin, diz porta-voz

Redação Folha Vitória

Brasília - O presidente Michel Temer disse, por meio de seu porta-voz, que não deu a entender que teve um encontro bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a cúpula dos Brics, realizada no fim de semana em Goa, na Índia.

"Houve apenas uma pergunta que lhe foi dirigida e a qual o presidente respondeu que informalmente pôde conversar por cerca de uma hora e meia com o presidente Vladimir Putin. Esta conversa abrangeu temas como a PEC do Teto, pela qual se interessou o presidente russo, bem como a Reforma da Previdência e a economia brasileira em geral", afirmou.

Segundo o porta-voz Alexandre Parola, "no contexto desta troca de ideias" Temer pediu ao presidente russo a libertação professor Eduardo Rocha, detido na Rússia, no fim de agosto, por trazer em sua bagagem substância ayahuasca. De acordo com Parola, neste momento da conversa, Temer chamou o ministro das Relações Exteriores, José Serra, para informar que havia mencionado o tema. "O presidente Putin reagiu declarando que pedia ao seu ministro de relações exteriores para tratar do assunto", afirmou.

A mensagem oficial reforçou ainda que os dois líderes "tiveram ocasião, portanto, para discutir temas de relevo para a relação bilateral, bem como de trocarem impressões sobre tema da agenda global".

Temer foi o único chefe de Estado e de governo a não ser recebido em encontro bilateral pelo presidente da Rússia durante a cúpula dos Brics. Em diplomacia, a reunião bilateral é uma deferência política ou um gesto de proximidade e, não raro, de simpatia entre dois dirigentes políticos. O russo se reuniu em Goa com o presidente da China, Xi Jinping, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com Jacob Zuma, da África do Sul, mas não teve encontro bilateral com Temer durante os dois dias em que estiveram na Índia para a cúpula.

Segundo o canal de informação Russia Today, a escolha de não se aproximar de Temer se deu em virtude da "mudança brusca", como se referem ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff. Em Tóquio, ao chegar da Índia, o presidente brasileiro não se referiu à falta de encontro com Putin, mas insinuou, ao contrário, uma certa aproximação com o líder russo.