Política

Haddad diz que pedirá 'mais empenho' do PDT no segundo turno contra Bolsonaro

Ainda sem contar com uma participação ativa de Ciro Gomes (PDT) no segundo turno da campanha presidencial, o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, disse que pedirá "mais empenho" ao partido de Ciro para derrotar Jair Bolsonaro (PSL) no pleito. O petista afirmou que vai telefonar ainda nesta segunda-feira, 15, para o presidente do PDT, Carlos Lupi, após ter recebido "sinais positivos" da legenda em alguns Estados.

"Devo ligar para ele para agradecer e pedir mais empenho porque, se o Bolsonaro ganhar, os trabalhadores vão perder mais direitos e o Lupi é trabalhista e sabe o que está em risco em uma eventual eleição do Bolsonaro", afirmou o candidato do PT em coletiva de imprensa, na capital paulista.

Ao sair da sala onde realizou a coletiva, Haddad foi questionado sobre suas estimativas para um apoio mais efetivo de Ciro à sua campanha. "Se depender de mim, ontem", declarou. Nesta segunda-feira, conforme Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já está em contato com o líder do PDT para alinhar um apoio mais claro à candidatura petista.

O presidenciável reforçou sua disposição em ampliar o arco de alianças dizendo que Bolsonaro seria uma "ameaça à democracia". "Estaria disposto a qualquer tipo de... faço gestos todo dia", declarou o candidato. "O governo teria que ser mais amplo do que nunca para garantir uma transição do atual estado de coisas para uma normalidade democrática", avaliou o ex-prefeito.

Haddad declarou, ainda, "respeito à vontade popular" quando questionado sobre um cenário de vitória de Bolsonaro na eleição presidencial. Mais cedo, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o petista afirmou que quem perder a eleição precisa "colocar o País acima dos interesses pessoais".

"Quem diz que não aceitaria o resultado das urnas se o contrariasse foi justamente o meu adversário", disse Haddad, declarando que a pergunta sobre aceitar a derrota deveria ter sido feita a Jair Bolsonaro. "Já ganhei e já perdi, fiz uma transição (na Prefeitura de São Paulo) reconhecida nacionalmente", reforçou o petista, para quem "não está em questão" discutir o resultado eleitoral.

"Quem questiona a democracia não sou eu, tanto é que todos os democratas estão contra a candidatura do Bolsonaro, mesmo que não sinalizem apoio à minha candidatura."

Haddad concedeu coletiva de imprensa em frente a uma bandeira do Brasil e ao lado de um tradutor da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), ferramentas geralmente usadas pelo adversário na campanha. Questionado sobre a bandeira, o petista dirigiu novos ataques a Bolsonaro pelo fato de o candidato do PSL ter batido continência à bandeira norte-americana.