Saúde

Prevenção ao suicídio: assistência é fator de proteção

Estratégia no combate as mortes lançada pelo Ministério da Saúde no ano passado começará a funcionar este ano

O ministério irá investir R$ 12 milhões em recursos ao combate ao suicídio. 

Em 2017, o Ministério da Saúde lançou uma agenda estratégica de prevenção ao suicídio para atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020.  Este ano, para a realização das ações serão liberados R$ 4,5 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre o risco de suicídio e saúde psicossocial, principalmente em pessoas vivendo com HIV e acometido por transtornos mentais, que contará com a colaboração de pesquisadores internacionais. 

O total previsto para essa ação é de R$ 12 milhões. Os projetos serão selecionados a partir de edital de chamada pública para pesquisadores.

Também foi destinado R$ 1,4 milhão para a realização de projetos nas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS), nas capitais de Manaus (AM), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Teresina (PI), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC), consideradas prioritárias devido ao alto índice de suicídio.

Além disso, outros R$ 500 mil foram liberados para a ampliação da gratuidade nas ligações para o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV), o 188. A expansão da chamada sem cobrança no país vem acontecendo desde o ano passado, após convênio assinado com o Ministério da Saúde. No ano passado, o CVV recebeu dois milhões de ligações de cidadãos em busca de ajuda, o que corresponde ao dobre registrado em 2016. A expectativa para este ano é de 2,5 milhões de ligações.

Outra ação realizada neste último ano foi a habilitação de 109 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), localizados em 20 estados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos locais onde existem Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), uma iniciativa do SUS, o risco de suicídio reduz em até 14%.

Em uma no, foram capacitados 62 multiplicadores para qualificação das ações de prevenção de suicídio nos seis estados com maiores taxas de mortalidade por essa causa. A qualificação permitirá uma melhor notificação das tentativas e óbitos por suicídio, orientação sobre o cuidado a pessoas com ideação/tentativa de suicídio e seus familiares; e organizar os fluxos assistenciais.

Nas comunidades indígenas, as ações de prevenção e qualificação do atendimento reduziram em um ano, 10,2% óbitos nos DSEIs com Linha de Cuidado de Prevenção do Suicídio implantada. Foram capacitados 550 profissionais nas linhas de cuidado locais de prevenção do suicídio, realizadas duas oficinas em locais prioritários e qualificadas ações de saúde indígena nos CAPS, com foco em ações nos territórios indígenas, realizadas coletivamente com a comunidade, em especial jovens e lideranças indígenas.