Saúde

Câncer de mama: diagnóstico tardio ainda é alto no Espírito Santo

Chance de cura para pacientes diagnosticados no inicio da doença é de 95%

Grande parte das mulheres com câncer de mama chegam ao hospital com estadiamento tardio da doença. 

Apesar do acesso mais fácil à informação e da ampliação de campanhas educativas, como o movimento Outubro Rosa, o número de pacientes que ainda recorre tardiamente ao médico para tratar o câncer de mama é preocupante. Os números registrados na Afecc-Hospital Santa Rita de Cássia indicam que, em 2016 (dados mais recentes disponíveis) 32% das mulheres chegaram ao hospital com estadiamento tardio da doença (estágio 3 e 4 - avançado). Esse é um percentual elevado.

Para se ter uma ideia do que isso representa, em 2007 o índice de estadiamento tardio era de 25% dos pacientes com câncer de mama que chegavam à Afecc-Hospital Santa Rita de Cássia. Nove anos depois, o índice avançou para 32%. Em 2007, 60% das mulheres com estadiamento tardio foram a óbito; em 2016, 34% morreram. A descoberta de novas drogas e o aumento da sobrevida após esse intervalo de nove anos reduziram a porcentagem de óbitos.

A Afecc-Hospital Santa Rita de Cássia alerta para a importância de campanhas educativas, como o Outubro Rosa, e esclarece que o diagnóstico precoce representa um imenso ganho para o sucesso do tratamento. Estima-se que a chance de cura para pacientes diagnosticados no início da doença chega a 95%. O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as brasileiras, atrás apenas do de pele. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê que cerca de 60 mil mulheres terão a doença neste ano.

Dados gerais

- O índice de diagnóstico tardio é mais comum entre as mulheres consideradas jovens, com menos de 39 anos, embora a incidência da doença seja mais comum em pacientes com mais de 50 anos;

- Estima-se que se descoberto no início, a chance de cura do câncer de mama chegue a 95%;

- O Instituto Nacional do Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde (MS) estimam a ocorrência de cerca de 582.590 casos novos de câncer no Brasil em 2018, sendo 282.450 em mulheres e 300.140 em homens;

- No Brasil, o tipo de câncer mais incidente em ambos os sexos para cada ano do biênio 2018-2019 será o de pele não melanoma, que é um tipo de tumor menos letal, com 165.580 casos novos. Depois de pele não melanoma, os dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão próstata (68.220 casos novos por ano), mama feminina (59.700), cólon e reto (mais comumente denominado câncer de intestino) (36.360), pulmão (31.270), estômago (21.290), colo do útero (16.370), cavidade oral (14.700), sistema nervoso central (11.320), leucemias (10.800) e esôfago (10.790).

No Espírito Santo, a estimativa do Inca é de surgirem, até dezembro 2018:

- 1.130 novos casos de câncer de mama

- 1.510 novos casos de câncer de próstata

- 250 novos casos de câncer de colo de útero

- 330 novos casos de cólon e reto em homens

- 400 novos casos de cólon e reto em mulheres

- 370 novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão em homens

- 210 novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão em mulheres

- 310 novos casos de câncer de estômago em homens

- 150 novos casos de câncer de estômago em mulheres

Em Vitória – a estimativa do Inca é de surgirem, até dezembro 2018:

- 140 novos casos de câncer de mama

- 160 novos casos de câncer de próstata

- 20 novos casos de câncer de colo de útero

- 50 novos casos de cólon e reto em homens

- 60 novos casos de cólon e reto em mulheres

- 30 novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão em homens

- 20 novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão em mulheres

- 20 novos casos de câncer de estômago em homens e mulheres

Principais fatores de risco

· Tabagismo;

· Estar acima do peso ou obeso;

· Dieta não saudável com baixa ingestão de frutas e vegetais;

· Sedentarismo;

· Consumo de bebida alcoólica;

· Infecção por HPV;

Principais estratégias de prevenção

· Evitar os fatores de risco listados acima;

· Vacinar contra HPV.