Combinações de imunoterapia com quimioterapia para o tratamento de diferentes subtipos de câncer de pulmão
Estudo apresenta conclusões positivas para combater a doença que apresenta uma das maiores taxas de mortalidade
Os estudos da fase III IMpower132 e IMpower133 comprovam benefício clinico e trazem novas perspectivas para o combate do câncer por meio da imunoterapia. Realizados pela Empresa Farmacêutica Roche, os resultados foram positivos para o tratamento do câncer de pulmão, doença com uma das maiores taxas de mortalidade no mundo.
As novas combinações visam aumentar as taxas de controle da doença a longo prazo, através da modulação do sistema imunológico do próprio paciente. Os dados do IMpower132 demonstraram que para o câncer de pulmão de células não pequenas do subtipo não escamoso, o uso simultâneo de Tecentriq (atezolizumabe) com quimioterapia à base de platina e pemetrexede reduziu em 40% o risco de progressão da doença ou morte em comparação à quimioterapia isolada.
Já no caso da doença extensa de câncer de pulmão de pequenas células – isto é, quando o tumor se espalha para o outro pulmão, gânglios linfáticos ou outros órgãos –, o IMpower133 apontou que a combinação de atezolizumabe com quimioterapia à base de carboplatina e etoposídeo aumentou significativamente a sobrevida global dos pacientes participantes – de 10,3 meses para 12,3 meses em relação à quimioterapia. Há mais de 20 anos não havia um resultado positivo para esse tipo de tumor.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os diagnósticos do câncer das vias respiratórias crescem cada vez mais – estimam-se 31.270 novos casos para cada ano do biênio 2018-2019. Todavia, as possibilidades de tratamentos inovadores também avançam, especialmente com a aplicação de possibilidades de combinações com imunoterapias.
Os dados conclusivos dos estudos de fase III indicam o avanço da imunoterapia no combate a este tipo de câncer. “Após mais de 20 anos sem progressos relevantes, nos deparamos com resultados que expõem uma possibilidade de tratamento efetivo para uma doença que, até então, era difícil de ser controlada”, comentou o oncologista, Luiz Henrique Araújo.