Como conviver com a alergia nasal?

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Dr. Giulliano Luchi

Espirros, coceira, nariz entupido, coriza nasal. Quem nunca teve um quadro desse, que incomodou em um momento importante da vida?

Esses sintomas fazem parte da crise de alergia nasal. A rinite alérgica é uma doença de caráter hereditário, que ocasiona as crises descritas acima. Os sintomas contribuem muito para a diminuição da qualidade de vida e atrapalham a produtividade no trabalho, o aprendizado na escola e, até mesmo, o relacionamento com as pessoas.

Geralmente, as crises se iniciam após contato com um fator desencadeante principal, que pode ser poeira, pelo de animal, ácaros, cheiros específicos ou até mudança climática.

Após a exposição a um fator desencadeante, uma série de reações em cadeia ocorrem no nariz, nos pulmões, nos olhos e na pele, levando a pessoa a experimentar sensações muito desagradáveis, como coriza nasal abundante, obstrução nasal, tosse, espirros sequenciais e coceira.

A rinite alérgica é uma condição perene da mucosa nasal, ou seja, os tratamentos clínicos não são capazes de mudar essa condição. Portanto, buscamos tratamentos para diminuir a hipersensibilidade nasal e controlar as crises. As medicações visam diminuir o desconforto e abreviar o tempo de sintomas.

A importância do tratamento não está somente na necessidade de diminuir o desconforto e o tempo de crise, mas também de evitar a progressão para outras doenças, inflamatórias ou infecciosas, que podem surgir após uma crise alérgica, como, por exemplo, a rinossinusite.

O tratamento, na maioria das vezes, consiste em medicações para aliviar os sintomas e interromper as reações em cadeia da cascata da resposta alérgica. As medicações utilizadas devem ser selecionadas por um médico, de maneira individualizada.

Também devem ser adotadas medidas de controle ambiental, que evitam, de maneira muito efetiva, que o indivíduo desencadeie uma crise. O controle ambiental consiste em reorganizar todo o ambiente em que a pessoa trabalha e dorme, retirando itens que favoreçam o acúmulo dos fatores desencadeantes. Exemplos de ação para o controle ambiental são a retirada de bichos de pelúcia, almofadas e tapetes do quarto, para evitar o acúmulo de poeira doméstica, encapar colchão e travesseiro, para evitar proliferação de ácaros, limpeza periódica do sistema de ar condicionado e utilização de produtos de limpeza sem cheiro residual.

Com a ajuda de um profissional habilitado, o indivíduo alérgico pode ter mais qualidade de vida e menos impacto da doença do seu dia a dia, diminuindo o desconforto dos sintomas e os riscos de progressão para outras doenças.

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Dr. Giulliano Luchi

Médico. Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia. Professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Membro internacional da Academia Americana de Otorrinolaringologia. MBA em gestão de negócios em Saúde. Formação em Mentoring, Coaching e Advice. @otoclinica_giulliano_luchi