Alinhadores transparentes: existe contraindicação? Saiba mais

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Dra. Daniela Feu

Os movimentos dentários são perfeitamente executáveis com os alinhadores transparentes. Em alguns casos mais complexos pode até haver necessidade de utilizar alguns acessórios fixos ou até dispositivos que direcionem a força como elásticos ou mini-implantes, mas para movimentos dentários em pacientes adultos e até idosos, a única contraindicação está no fator “paciente”, ou seja, se você não for colaborador e não utilizar o aparelho adequadamente, afinal ele é removível e para fazer efeito você precisa fazer a sua parte.

O problema dos alinhadores, na verdade, reside em alguns tratamentos direcionados para crianças, mais especificamente tratamentos ortopédicos.

Muitas vezes crianças precisam de tratamentos que envolvem movimentos dentários e dento-alveolares, mas quando o problema é ortopédico, ou seja, envolve o CRESCIMENTO ósseo, na maioria das vezes os alinhadores estão absolutamente contra-indicados!

O melhor exemplo é o crescimento excessivo da mandíbula, que é o osso móvel inferior da face. Quando temos um crescimento exagerado desse osso, o tratamento deve ser o mais precoce possível, devendo iniciar entre os seis e os oito anos de idade, e deve envolver procedimentos ortopédicos, com aparelhos específicos que não podem e não devem ser substituídos pelos alinhadores transparentes.

Isso porque nesse período do crescimento temos uma janela de oportunidade de modificar o crescimento da criança de forma nada invasiva, e muitas vezes evitar ou minimizar tratamentos cirúrgicos futuros.

Acontece que se perdemos essa janela do crescimento tentando alinhar os dentes ao invés de corrigir o crescimento ósseo, perdemos a oportunidade e condenamos a criança a um tratamento mais longo, mais invasivo e bem mais caro no futuro. Além de ela passar boa parte da sua adolescência com uma desarmonia facial visível que poderá gerar apelidos e brincadeiras desagradáveis.

Saiba aqui os principais problemas que não devem ser tratados com alinhadores:

1- Excesso de crescimento do osso da mandíbula (chamado pelos dentistas de Classe III esquelética)
2- Excesso de crescimento do osso maxilar (chamado pelos dentistas de Classe II esquelética. Nesse caso se o problema está no osso maxilar não deve ser tratado com os alinhadores)
3- Mordida cruzada posterior esquelética.

Lembre-se: movimentar os dentes é possível durante toda a vida, mas corrigir problemas de crescimento sem cirurgias, só enquanto a criança cresce!

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Dra. Daniela Feu

Cirurgiã Dentista Graduada em Odontologia pela UFES. Especialista em Ortodontia pela UERJ. Mestre e Doutora em Ortodontista (UERJ). Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Diretora do Colégio de Diplomados do BBO. Editora associada da Revista Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) e editora da Revista Clinical Orthodontics. @dani_feu