Câncer: técnicas de reprodução humana permitem sonho da maternidade

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Dra. Layza Merizio Borges

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer entre as mulheres e, acomete, principalmente, as acima de 50 anos. No entanto, as estatísticas indicam que a incidência da doença tem aumentado em mulheres em idade reprodutiva, e devido ao tratamento, muitas acabam ficando inférteis.

Quando a mulher recebe o diagnóstico de uma doença tão grave é natural que no momento ela só queira vencer a doença. Porém, é preciso pensar na vida após o câncer, já que a cura é uma realidade para a maioria das pacientes que é diagnosticada precocemente.

Por isso, é necessário alertar mulheres que têm o sonho de ter filhos, que antes de realizar o tratamento, busquem um especialista em Reprodução Humana para planejar o futuro reprodutivo, congelando óvulos, pois a quimioterapia, tratamento em que a paciente se submete contra o câncer, e a radioterapia provocam danos irreversíveis à reserva ovariana, causando infertilidade. O risco aumenta de acordo com a idade da paciente associada a outros fatores de risco.

Já é comprovado que as técnicas de preservação da fertilidade não atrasam o tratamento oncológico e nem pioram o prognóstico da doença e o congelamento de óvulos permite às pacientes preservarem a capacidade reprodutiva para um momento posterior.

Este mês é o momento ideal para lembrarmos do nosso lema: “Há vida após o câncer e ela pode ser fértil!”

Plano de saúde deve custear tratamento

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça – STJ decidiu, por unanimidade, recentemente, que o plano de saúde deve custear o congelamento de óvulos de uma paciente com câncer de mama como medida preventiva contra a infertilidade.

O entendimento dos ministros é que a operadora deve cobrir os gastos do congelamento de óvulos até o final do tratamento de quimioterapia. Após a alta, porém, a paciente é quem deve arcar com os custos.

A decisão, divulgada no dia 17 de setembro, vale apenas para o caso analisado, mas é muito importante e pode abrir precedentes para outros casos semelhantes.

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Dra. Layza Merizio Borges

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva