Certo ou errado: questão de ponto de vista? Saiba mais

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Andrea Camargo

Éramos nove amigas viajando juntas. Na hora do jantar uma das meninas pegou um prato para servir uma de nós. E assim fez com um carinho enorme, colocando com certeza aquilo que para ela era unanimidade em gostosura: muita batata-frita para garantir para a amiga o melhor dos jantares.

Ao passar o prato para a felizarda ouviu: “Você é doida? Quem disse que eu queria bata-frita?”. “O que? Você não quer? Uai, doida é você!” E um silêncio reinou sobre todas!

De médicos e loucos, todos nós temos um pouco. Já ouviu esse ditado popular? Isso ocorre porque simplesmente somos diferentes. E está tudo bem sermos assim. Cada um de nós tem a sua verdade e ela é apenas a sua verdade, e não uma verdade absoluta.

Cada verdade que temos, faz termos um julgamento sobre determinado fato, situação ou acontecimento. E tudo que sentimos é em razão da verdade que temos dentro de nós. Podemos achar que o fato de uma amiga colocar muita batata frita em um prato é porque ela é muito maravilhosa e quer nos ver feliz ou porque ela é descuidada e não está preocupada com o fato de batata engordar.

Qual é a verdade? O que eu considero como verdade ou o que ela pensa e considera como verdade? Cada um tem seu ponto de vista e considerar o outro “errado” só vai atestar a sua rigidez, em simplesmente não aceitar que as pessoas são diferentes.

Me lembro que o dia que eu tomei consciência que meus pontos de vistas eram apenas pontos de vistas, nesse dia um mundo inteiro se abriu para mim. Como assim o que eu penso sobre determinada coisa não é o que todos deveriam pensar?

Todos nós queremos estar certos, e quando conseguimos enxergar isso, que o outro pode estar tão certo quanto nós, o jogo do certo e errado se acaba e com ele os conflitos se disseminam. Tudo passa a fluir.

Quando passamos a tentar de fato a ocupar um outro ponto de vista, deixamos de resistir às coisas e parece que tudo passa a ser mais leve. Até porque tudo que achamos do outro está dentro de nós. O que eu acho que determinada pessoa sentiu ou quis dizer são coisas que estão na minha consciência e por isso projeto na ação, fala ou pensamento do outro. Mas não necessariamente isso está no universo ou na consciência do outro.

E sabe quando deixamos de ter razão sobre tudo? Quando passamos a ter em nossas respostas o “será?” ou “pode ser”, ou ainda “interessante esse ponto de vista”. O “eu não sei” é libertador.

Isso faz parte da nossa inteligência emocional. Se colocar no lugar do outro, pensar o que faria a pessoa pensar de determinada maneira, significa que você é empático, resiliente. E isso não é mimimi de modismo não! Isso é você deixar de estar em conflito.

Assim, antes de traçar o veredito sobre alguém, já o etiquetando de doido (o), de “sem cuidados” ou “sua inimiga”, tente pensar o que poderia tê-lo (a) feito fazer aquilo? No caso que eu trouxe a amiga poderia ter a opinião que a pessoa era linda e poderia comer o que quisesse.

Ou ainda que a amiga é tão maravilhosa que merece o que tem de mais gostoso nesse mundo. Isso é um hábito e pode ser treinado.

Daniel Golemman, podemos dizer que é a maior autoridade em inteligência emocional no mundo, propõe um exercício para aumentarmos nossa inteligência emocional (empatia com o outro) muito legal, que certamente contribuirá sobre qualquer julgamento que possa se antecipar à sua mente que é bem parecido com um exercício dos Materiais Avatar escrito por Hary Palmer e difundido pela Star Edge em todo o mundo que é o seguinte:

Chama-se: “Exercício da Compaixão”. Para isso, você deverá executar os cinco passos com a mesma pessoa.

– Passo 1: Com a atenção voltada para a pessoa, repita para si mesmo: “Assim como eu, esta pessoa também está buscando alguma felicidade para sua vida”;

– Passo 2: Com a atenção voltada para a pessoa, repita para si mesmo: “Assim como eu, esta pessoa está tentando evitar sofrimento em sua vida”;

– Passo 3: Com a atenção voltada para a pessoa, repita para si mesmo: “Assim como eu, esta pessoa tem conhecido tristeza, solidão e desespero”;

– Passo 4: Com a atenção voltada para a pessoa, repita para si mesmo: “Assim como eu, esta pessoa está buscando satisfazer suas necessidades”;

– Passo 5: Com a atenção voltada para a pessoa, repita para si mesmo: “Assim como eu, esta pessoa está aprendendo sobre a sua vida”.

Vamos praticar?

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Andrea Camargo

Sócia fundadora da 4U – Startup de bem-estar físico e mental. Pós-Graduada em Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Doutoranda PUC SP. Master e Licenciada pela StarEdge dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA. Advogada Empresarial e Mestre em Garantias e Direitos Fundamentais. Prof. de cursos profissionalizantes sobre comportamento, empreendedorismo jurídico e inteligência emocional. @4uinteligenciaemocional